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Aulas em período integral no CMEI de Tabuazeiro não começam neste mês

Comunicado aos pais informa que o início será somente no segundo semestre, pois o prédio novo não está pronto

A comunidade escolar do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Jacy Alves Fraga, em Tabuazeiro, foi pega de surpresa com um comunicado de que a unidade de ensino não mais ofertará o tempo integral a partir desta segunda-feira (5), quando retornam as aulas. O período parcial será mantido neste semestre, pois as obras da nova escola não foram concluídas, portanto, o integral será implementado somente em julho.

A oferta de aulas em período integral foi questionada pela comunidade escolar no final de 2023, que apontou falta de diálogo quanto à decisão e reivindicou a possibilidade de manutenção do parcial nos turnos matutino e vespertino.

Diante da mobilização, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) anunciou que os estudantes teriam a opção de se matricular no modelo parcial, somente no horário da manhã, que seria oferecido junto com o integral no novo prédio construído para abrigar a unidade de ensino. Conforme anunciou a pasta na ocasião, seria adotada uma transição, ou seja, novos alunos não poderiam se matricular no parcial, somente os que já estudam no CMEI. Assim, com o passar do tempo, as turmas iriam diminuindo, restando somente a opção pelo período integral.

Mãe de um estudante do CMEI, Raquel Costa de Souza relata que soube da não oferta do integral no primeiro semestre ao ver um comunicado no Instagram da unidade de ensino. A partir daí, teve a iniciativa de ligar para a Seme. De acordo com ela, a informação foi que quem se matriculou no integral ficará no turno no qual já estudava no ano anterior.
A situação é classificada pelo grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (PAD-Vix) como “um desrespeito às famílias, estudantes, crianças e profissionais da educação”. “A gestão de Lorenzo Pazolini [Republicanos] impõe medidas de gestão arbitrária, não ouve as pessoas, faz tudo que falamos que somos contra, e na hora que vai começar as aulas, volta ao modelo anterior”, diz o diretor executivo da Pad-Vix, Aguinaldo Rocha de Souza.
Ele recorda que, diante da anunciada implantação do integral, vários professores tiveram que ser remanejados para outras unidades de ensino. Outra situação a qual lamenta é a de famílias que tiveram que tirar seus filhos da unidade, matriculando em outros bairros por não poderem ou não quererem colocá-los no integral.

“Com olho grande na verba do governo federal para fazer escola em tempo integral, a prefeitura criou todo um problema que não precisava ser criado”, afirma. Aguinaldo diz duvidar que o novo prédio estará de fato pronto no segundo semestre. “O histórico das obras da prefeitura mostra que não podemos ter essa garantia, vide a obra da Rua da Lama”, exemplifica.

O Jacy Alves Fraga é o único CMEI do bairro. A defesa pela permanência do modelo parcial se deu porque, na impossibilidade de matricular as crianças no tempo integral, a única saída seria procurar unidades de ensino de bairros vizinhos. No entanto, a violência acaba sendo um impeditivo, pois a locomoção dos moradores entre as comunidades não é bem vista pelo tráfico. Os responsáveis pelos estudantes também questionavam que, no período integral, as aulas terminariam às 16h, o que os impossibilitaria de buscar as crianças, por ser horário de trabalho.
Outro problema foi a imposição aos docentes da atuação em tempo integral, portanto, quem tem cadeira em outros municípios ou na rede estadual de ensino, teria que optar por uma delas. A tendência, neste caso, é que os profissionais saiam de Vitória, já que a cidade com menor salário para o magistério na região metropolitana.

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