Thiago Oliveira do Nascimento é acusado de extorsão a um empresário asiático e lavagem de dinheiro
A libertação do empresário e político Thiago Oliveira do Nascimento, apontado como pré-candidato a prefeito de Vila Velha pelo Partido Liberal (PL) e denunciado por estelionato por um empresário asiático, não será mais nesta sexta-feira (2), como estava previsto. Nessa quinta (1º), a juíza Paula Cheim Couto, da 2ª Vara Criminal de Vila Velha, decretou a prisão preventiva dele, para aprofundar as investigações, que envolvem, além de estelionato, um arsenal ilegal de armas e artefatos de tiro.
Preso desde o dia 23 de janeiro, Thiago é do grupo do senador Magno Malta, presidente do PL no Espírito Santo, e chegou a ser apresentado em redes sociais como pré-candidato do partido à Prefeitura de Vila Velha nas eleições deste ano. O presidente municipal da legenda, Carlos Salvador, não quis se pronunciar sobre as denúncias e como fica a pré-candidatura para as eleições deste ano.
Nas redes sociais, apoiadores do PL e de Thiago nada comentam sobre o assunto, cujo enredo é parecido a filmes sobre organizações criminosas internacionais e que ocorre justamente quando a Polícia Federal revela indícios de espionagem ilegal de mais de 30 mil pessoas com o uso do sistema instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Há fortes suspeições de membros da família do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No Facebook, a última postagem de Thiago é de 28 de novembro, com fotos de um evento do PL denominado “Chá com Política, idealizado por Giselle Martins, presidente do PL Mulher Vila Velha”. No texto, ele diz: “Com gratidão a todas as lideranças e mulheres presentes, destaco o evento inspirador, Chá com Política, idealizado por Giselle Martins, presidente do PL Mulher Vila Velha. Agradeço também a presença marcante do presidente municipal, Carlos Salvador”.
“O time está formado! Juntos, vamos lutar por um futuro onde a segurança das mulheres seja prioridade, com leis mais duras e oportunidades ampliadas. Que este seja o início de conquistas significativas para Vila Velha e além”, conclui a postagem no Facebook.
No perfil de Thiago, ele também aparece em fotos e manifestações bolsonarista na Praça do Papa e com o senador Magno Malta, o deputado federal Gilvan da Federal, e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
O caso
Thiago Oliveira do Nascimento foi preso em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que encontrou um forte arsenal em seu poder, com armas pesadas, motivo pelo qual a juíza prorrogou sua prisão temporária, agora transformada em preventiva.
A prisão ocorreu em um hotel localizado na Praia do Canto, em Vitória, durante a Operação Criptovet, por suspeita de fraude em transações de criptomoedas. Segundo o Ministério Público, “as buscas resultaram na apreensão, além de valores em espécie e armas de fogo, sem a apresentação dos devidos registros legais”. As investigações prosseguem de forma sigilosa para apuração de crimes de extorsão envolvendo um empresário asiático e lavagem de dinheiro, com utilização de criptomoedas.