domingo, novembro 24, 2024
17.9 C
Vitória
domingo, novembro 24, 2024
domingo, novembro 24, 2024

Leia Também:

Na mira dos jurados

Sob comando de Pazolini, ala de Vitória, que deveria ser o destaque da G.R.E.S Espírito Santo, atravessou o samba. As vaias de 2024 vão para…

Reprodução

Após muitos ensaios e firulas, as escolas de samba da G.R.E.S Espírito Santo desfilaram na avenida este ano apostando na temática municipal, já de olho nos embalos dos próximos Carnavais. Mas a Capital, ala que deveria ser destaque e puxar os demais integrantes, atravessou o samba novamente, por conta da condução desastrosa e autoritária do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Inimigo do Carnaval de rua e da cultura, ele fez novas tentativas de avanços na passarela do samba, ao seu modo, contemplando apenas sua bolha política. Não recebeu apoio da arquibancada e foi obrigado a efetivar recuos de última hora, o que prejudicou o desempenho de toda escola. Pazolini tenta se reerguer na avenida, mas segue distante do povo. Ao contrário do ano passado, porém, seus tropeços desta vez serão submetidos a uma ampla bancada de jurados, para ver se seguirá ditando o ritmo em Vitória no próximo desfile ou se descerá para o grupo de acesso. Nove possíveis concorrentes já esquentam o tamborim, na torcida pela queda do atual detentor da chave municipal da cidade do samba. Veremos quem tem mais samba no pé, gingado e conjunto para convencer a plateia! As vaias de 2024 vão para…

Samba-enredo
Na estratégia de comandar a G.R.E.S Espírito Santo, o prefeito de Vitória ecoou aos quatros cantos que fez e aconteceu nos últimos anos. Algumas notas do samba-enredo: altos investimentos”, “protagonismo”, “gestão participativa” e o já batido “paz e igualdade”. Pelas controvérsias, perdeu bastante pontos nesse quesito.

Abre-alas
Sem ter diversidade de gestão para mostrar, o carro de destaque foi sem cor e brilho. Pazolini apostou no festival de obras em asfaltos para mostrar serviço para a população, mas o efeito foi inverso. Teve asfalto ainda novo refeito, interdição de rua e ponte sem sinalização e aviso prévio, engarrafamento e reclamações. Ainda falta apresentar algo de fato relevante e novo para se garantir à frente do Carnaval.

Ala das Baianas
O secretariado de Pazolini rodou, rodou, rodou e rodou este ano. Um dos integrantes, inclusive, rodou de vez: Luciano Gagno, depois de várias polêmicas na pasta de Cultura, até judiciais. A depender do desejo da arquibancada, outros dois também já deveriam ter rodado há muito tempo, Arildemo Teixeira (Novo), de Governo, e Juliana Roshner, da Educação. Seguem na escola sob protestos, protegidos debaixo da asa do prefeito.

Comissão de Frente
O prefeito de Vitória deu espaço apenas para seus aliados e representantes de setores que têm investido pesado desde o Carnaval de 2023, do campo empresarial e religioso, puxados pelo vereador Davi Esmael (PSD). Tirou de cena, mais uma vez, a comunidade, sem qualquer diálogo. Faltaram emoção, entrosamento e brilho.

Fantasia
O novo “Rambo Capixaba”, coronel Alexandre Ramalho, desfilou não só nas operações policiais, conseguindo muita mídia e holofote, mas também nas redes sociais, posando de influencer e blogueiro. Agora, se prepara para vestir a roupa de candidato a prefeito na avenida da Capital ou de Vila Velha. Até bater o martelo, permanece atrás de lustrar a própria imagem. Um bloco de foliões já comprou a ideia, outro não consegue sequer imaginar. Só deu ele nesse quesito.

Velha Guarda
Integrante antigo do samba, sambista e cantor, Luiz Paulo Vellozo Lucas voltou com tudo para retomar a ala da Capital. Ao contrário de 2020, quando foi vetado pelo próprio partido, desta vez foi anunciado com toda pompa e circunstância e passou a liderar os ensaios para o “grande dia”. Por enquanto samba miudinho, sem bater de frente com Pazolini, na meta de conquistar espaço pelas beiradas. Mas até a decisão final, vão bombar os atropelos e empurrões. A meta, de todos os lados, é derrubar o adversário no meio da avenida.

Harmonia
A briga pela cobiçada ala de Vitória da G.R.E.S Espírito Santo, devido ao congestionado bloco de nomes ligados a Renato Casagrande, prejudicou a harmonia da escola. Já são uns seis querendo comandar o grupo, sem espaço e voto para tanto. O governador tem lavado as mãos, esquecendo do Carnaval de 2026, e cada concorrente já se antecipou para provar quem tem mais samba no pé, deixando confusa a plateia. Se não houver convergência e união, vai desandar, para alegria de Pazolini.

Bateria
Sempre barulhentos e ensaiados, os bolsonaristas “raiz” do Estado, liderados pelos parlamentares do PL – Magno Malta, Gilvan da Federal, Assumção e etc. – tomaram conta da bateria e vinham muito animados para o desfile de 2024, não aceitando posições na escola que não fossem de destaque. Mas com a ameaça real ao mestre do grupo, Bolsonaro, os sons do surdo, repinique e chocalho atravessaram feio o samba-enredo. Resultado: escola mal pontuada e crise interna. 

Mestre-sala e porta-bandeira
Um na Assembleia Legislativa, outra na Câmara de Vitória, o deputado estadual João Coser e a filha, vereadora Karla Coser, ambos do PT, formaram uma sintonia fina na avenida, com foco no projeto de eleição à Prefeitura de Vitória. Coser vai tentar novamente tomar a ala de Pazolini, de quem Karla é oposição no legislativo. Tudo bem planejado e ensaiado, para ver o prefeito eliminado de vez da cidade do samba.

Conjunto
Atravessaram a avenida, para lá de alinhados, o presidente do Republicanos, Erick Musso; do PP, deputado federal Da Vitória; e da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos), com muita sede ao pote para chegar na frente em 2026 e tomar a chave principal da G.R.E.S Espírito Santo das mãos do grupo de Casagrande (PSB). A disputa vai exigir muita desenvoltura e molejo. Se o governador cochilar, não passará para seu sucessor o título de Rei Momo.

Evolução
Já conhecido do mercado político, o ex-deputado estadual Sergio Majeski, prestes a se filiar ao PDT, ficou anos sem poder desfilar na ala de Vitória, agarrado no seu projeto de disputar a prefeitura. Foi vetado e jogado a escanteio por partidos, e este ano também parecia distante da avenida, até que…deu samba! Se o PDT não criar um obstáculo de última hora, Majeski, enfim, terá um palanque para chamar de seu. Caso contrário, evolução… “notaaaaa” zero!

FALE COM A COLUNA: [email protected]  

Mais Lidas