O grupo que ocupa a Assembleia Legislativa desde a última terça-feira (2) foi obrigado acompanhar das o protesto dessa quinta-feira (4) das janelas do prédio do legislativo estadual.
O chamado “quarto grande ato de protesto” – puxado pelo movimento “Não é por R$ 0,20 centavos” (o sétimo, no geral) – reuniu, segundo a polícia, cerca de 3 mil manifestantes nas ruas de Vitória. O grupo que ocupa a Assembleia avaliou como positivo o protesto, mas registrou que houve execesso da polícia. De acordo com o grupo, a ação da polícia foi tão truculenta, que eles sentiram os efeitos nocivos da fumaça do gás lacrimogêneo de dentro do prédio da Assembleia.
“Ontem foi muito tenso. Aqui dentro muita gente se exaltou com tamanha violência. Daqui deu pra ver e também receber notícias ao vivo da ação desmedida. Tivemos relatos de abuso de autoridade, gente cercada pelos dois lados da ponte à mercê das bombas e teve bomba sendo atirada de lá para cá, uma caiu bem embaixo da nossa janela”, disse um dos manifestantes indoor.
Eles acreditam que o movimento saiu do ato mais fortalecido devido ao apoio dado aos acampados. “Apesar da repressão, conseguimos garantir a entrada das pessoas acampadas aqui na porta. Ou seja, aumentamos o número de acampados. Isso oxigena o movimento. O ato foi positivo também por garantir essa mobilização, por garantir que mantivéssemos a pauta. A mobilização está forte dentro e fora da Casa”, disse outro manifestante acampado.
Para o final de semana, garantem os manifestantes que já se mudaram para o restaurante desativado da Casa, a expectativa é conseguir com os deputados o acesso livre à Assembleia, para que possam ser realizados debates sobre transporte, juventude, segurança, entre outros pontos que constam na pauta das mobilizações das ruas.
Eles confirmaram que deixaram a sala da presidência da Assembleia nesta sexta-feira (5). No novo espaço, admitiram, há mais infraestrutura para acomodar as mais de 80 pessoas desde a última terça. A mudança é resultado de um acordo entre manifestantes e deputados para garantir o andamento dos trabalhos legislativos.
O grupo destacou pediu garantias aos deputados para que não houvesse violência por parte da polícia dentro e fora da Casa. “Infelizmente não temos como cobrar dos deputados que a ação da polícia seja mais amena, porque eles não têm essa competência. Mas fizemos apelos para que a pressão fosse menor. Essa decisão, porém, vem de cima, como vimos”, disse outro acampado.
Sem revelar os nomes, os manifestantes afirmam que todas as decisões sobre a ocupação vêm sendo tomadas em conjunto, com a participação de todos os acampados e que por isso, não há a necessidade da divulgação dos nomes dos interlocutores que conversam com a imprensa. Sobre a permanência na Casa, os acampados afirmam que só sairão após votação do projeto de decreto legislativo que põe fim à cobrança do pedágio na Terceira Ponte.