Ação das forças de segurança nessa terça-feira no Centro de Vitória é criticada pela Amacentro e por lideranças políticas
Em vez de encerrar com chave de ouro, o Carnaval de blocos do Centro de Vitória terminou com uma ação violenta do Batalhão de Missões Especiais (BME) e da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) contra foliões e comerciantes na noite dessa terça-feira (13), na Rua Sete. A atitude, aponta a Associação de Moradores do Centro (Amacentro), foi fruto da falta de preparo das gestões estadual e municipal. “A prefeitura e o Estado não tiveram competência para lidar com o pós-Carnaval”, critica o presidente da entidade, Lino Feletti.
O líder comunitário defende que houve falha na fiscalização das pessoas que, após o desfile dos blocos, usam caixas de som individuais pelo bairro. De acordo com ele, há um decreto que proíbe essa prática, portanto, as caixas deveriam ser recolhidas e as pessoas multadas. Contudo, havia um pequeno efetivo de guardas municipais e policiais militares para fazer fiscalização. “Aí veio o Choque, armado até os dentes, fazer um serviço horrível, desagradável, resolvendo a situação de maneira inadequada”, lamenta.
Na avaliação da Amacentro, a iniciativa deu certo. “Se não tivesse as atrações no Sambão, o Choque teria vindo em três ou quatro dias de Carnaval”, acredita Lino.
Em suas redes sociais, a deputada estadual Camila Valadão (Psol) apontou “falta de gestão e estratégias de dispersão dos blocos”. “O Carnaval de rua é manifestação coletiva, portanto, direito em Estado democrático. Cabe às forças de segurança atuar para garantir a ordem pública e a segurança dos participantes. Mas a pergunta é ‘é esse o protocolo? A técnica das forças para dispersão de Carnaval? E o respeito à dignidade dos foliões. Comerciantes, ambulantes, moradores?'”, questionou.
A parlamentar disse, ainda, que seu mandato irá cobrar a construção de protocolos e treinamentos das forças de segurança para atuação em dispersões. “Mas o que falta é gestão pública. Nós não queremos que nosso Carnaval termine como caso de polícia por falta de gestão de administrações”, finalizou.
A vereadora Karla Coser também criticou a ação das forças de segurança. “A dispersão precisa acontecer, mas não tem cabimento ser dessa forma. Abordagem totalmente inadequada. Perigoso para os foliões e para os moradores. Assustador pra quem mora no Centro!”, sentenciou.