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Aumento dos casos de Dengue faz governo decretar emergência no Estado

ES vai receber 58,5 mil doses da vacina nesta quinta-feira. Centro Integrado vai atuar para reduzir número de casos e óbitos

O Governo do Estado decretou, nesta quarta-feira (21), Situação de Emergência em Saúde Pública em razão do aumento dos casos de Dengue e instituiu o Centro Integrado de Comando e Controle de Arboviroses (CICC), cujo objetivo é integrar diferentes setores do Estado no enfrentamento ao mosquito, para reduzir os índices e óbitos. Além disso, vai receber 58,5 mil doses da vacina da dengue, enviadas pelo Ministério da Saúde, nesta quinta (22), que serão distribuídas para 23 municípios capixabas, para aplicação em crianças de 10 e 11 anos.

Atualmente, o Estado é o sexto no ranking brasileiro entre as unidades federativas com maior incidência da doença, atrás do Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás. Em 2023, foi registrada a maior epidemia de dengue no Espírito Santo, com 192,1 mil casos notificados e 98 óbitos. Dados de 2024 já apontam mais de 24 mil casos notificados, dois óbitos, e mais de 1,3 mil casos notificados de chikungunya e 507 casos notificados de Zika.

Os anúncios foram feitos pelo governador Renato Casagrande após reunião com prefeitos, no Palácio Anchieta. O Centro, inicialmente, integrará ações conjuntas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), com a possibilidade de articulação de demais órgãos, com reuniões semanais.

Hélio Filho/Secom

O governador também anunciou o repasse de R$ 2 milhões aos municípios capixabas para enfrentamento às arboviroses, que poderão ser utilizados em apoio às ações de redução de risco e dano causado, de acordo com o Plano de Contingência das Arboviroses de cada município.

“Estamos com uma situação grave em diversos estados do País. Isso exige um reforço nos cuidados que já estamos adotando, além da maior integração das ações. Temos duas pessoas que infelizmente perderam a vida e outros 11 casos em investigação. Alguns municípios montaram uma sala de situação e quem ainda não montou, é importante tomar essa decisão para que fiquem integrados conosco. Temos a Dengue Tipo 1 e Tipo 2, mas em diversos estados, foram identificados o Tipo 3 e Tipo 4”, alertou.

O subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Roger Amaral, aponta que o CICC vai funcionar como um ponto central de gestão, monitoramento e coordenação das atividades relacionadas ao combate à dengue. “Trabalhar juntos vai nos possibilitar a análise de dados e informações em tempo real, para o devido planejamento de estratégias de prevenção, controle e resposta às demandas emergentes”, diz. Ele destaca a expertise do Corpo de Bombeiros nesse tipo de ação recordando a atuação da corporação na pandemia da Covid-19. 

Hélio Filho/Secom

O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Hekssandro Vassoler, também destacou a importância da cooperação interinstitucional no enfrentamento de crises de saúde pública. “O Centro de Inteligência de Defesa Civil (Cidec) é um local construído e planejado para reunir diversos órgãos e servir como ponto de centralização de informações e de tomada de decisões. Assim como temos trabalhado para prevenir e mitigar os efeitos de desastres naturais, vamos agora, usar dessas estratégias, para combater a epidemia de dengue”, apontou.

As primeiras ações a serem trabalhadas pelo Centro Integrado serão voltadas ao combate aos focos do vetor, por meio de treinamentos com apoio aos agentes de campo, com base nas informações disponibilizadas no Mapa de Risco, que apontam os municípios com maiores incidências de casos e também os com situações mais críticas. Os dados do Mapa são atualizados diariamente pela equipe técnica da Sesa, de acordo com informações do sistema de notificação compulsória, o e-sus Vigilância em Saúde.

Outra estratégia é o fortalecimento de campanhas educativas em todo território; campanhas que visem o combate ao vetor e também ao cuidado em saúde; preparação do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma conjunta em todo Estado, como o fortalecimento da testagem de RT-PCR para o diagnóstico das arboviroses, assim como a importância dessa ferramenta para a vigilância genômica dos vírus; e o apoio aos municípios com insumos e orientações, tais como a ampliação de salas de hidratação. 

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