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Grupo conservador mantém pastor sob ataque e impede mudança de estatuto

Conflito alcançou a fase mais intensa em novembro de 2023, com o afastamento das funções de Usiel Carneiro

Depois de ter restituídas as funções de presidente do Conselho da Igreja Batista da Praia do Canto (IBPC), em novembro de 2023, o pastor Usiel Carneiro volta ser alvo de ataques de um grupo conservador, que resultou no impedimento, nesse domingo (24), por decisão do desembargador Fernando Zardini, de duas assembleias para alterar o estatuto da congregação. A mudança, solicitada ao conselho por apoiadores do pastor, que formam a maioria dos membros, visa separar a área espiritual da entidade civil, mas foi contestada em ação judicial.

“É uma adequação ao Código Civil”, com base no conceito de autonomia das igrejas, explica um membro da IBPC, e enfatiza: “Como você sabe, as igrejas batistas são autônomas, onde, sob a autoridade maior do Espírito Santo, a assembleia de membros é a instância máxima”. Dessa forma, contesta a investida do grupo, composto por 25 pessoas, que rejeita o posicionamento do pastor Usiel, adotado a partir de preceitos bíblicos, considerado progressista.

O conflito alcançou sua fase mais intensa em novembro de 2023, com o afastamento das funções do pastor, em ação movida na Justiça, que retornou por conta de decisão do desembargador Sérgio Ricardo de Souza, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que apontou “ausência de legitimidade” na ação movida por 25 ex-membros da igreja. A fim de evitar novas investidas, a maioria dos membros pediu a revisão e alteração do estatuto, barrada nesse domingo.

Para seguidores do pastor Usiel, “a assembleia que pediu a revisão está coesa e foi feita com total transparência, discutido ponto por ponto em reuniões”. Explicam que, “no status atual, uma criança de 12 anos, batizada, tem direito a voto, mas, civilmente, ela não é responsável. Então, à instituição pertenceriam os maiores de 18 anos (instituição = associação), mas todos teriam que passar pela comunidade de fé, que integra todos os que confessarem a Jesus como salvador e forem submetidos ao batismo bíblico”.

Sobre um questionamento a respeito da divisão da igreja, com a adoção dessa medida, afirmam que “não, a igreja é a mesma, somente a entidade civil é que seria uma associação”. Ressaltam que a “proposta foi estudada pelo corpo jurídico exatamente pela irregularidade que existe hoje de menores votarem coisas que o Código Civil só faculta a maiores”.

O grupo contrário ao pastor Usiel é formado por conservadores bolsonarista, extremistas, que não aceitam práticas como, por exemplo, o acolhimento de homossexuais que chegam à igreja, como parte do elo religioso-político espalhado em igrejas evangélicas, que articulam apoio a políticos por meio de uma pauta moral.

Em novembro, a restituição do pastor Usiel à presidência do Conselho da congregação, do qual foi afastado por decisão judicial em primeira instância, ocorreu depois de manifestações em apoio ao pastor. Em live, ele disse que “a fé o ajudou a superar a intolerância e o ódio”.

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