Fórum recém-criado reúne entidades e partidos políticos do campo progressista na cidade
A “Frente Guarapari que Queremos”, que reúne organizações e partidos políticos do campo progressista no município da região metropolitana do Estado, tem duas reuniões agendadas para esta semana. Na noite desta terça-feira (26), legendas partidárias que compõem o grupo discutem internamente o cenário político local. Já na quarta-feira (27), haverá um encontro aberto ao público no bairro Muquiçaba às 19h, para debater ações de comunicação.
As siglas que compõem a frente incluem o Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Unidade Popular Pelo Socialismo (UP).
Desses partidos, o PSB tem como pré-candidato a prefeito Ted Conti, ex-deputado federal e subsecretário de Estado de Articulação de Políticas Intersetoriais, que poderia ganhar o apoio do governador Renato Casagrande (PSB). No PT, a vice-presidente do diretório municipal, Bárbara Hora, desistiu recentemente de sua pré-candidatura, deixando para trás uma disputa interna com Oylas Pereira, ex-vereador e policial aposentado.
No entanto, não está no horizonte da “Frente Guarapari que Queremos” apoiar uma candidatura única, a princípio. A proposta do grupo é estabelecer um fórum permanente para discutir a cidade, para além do período eleitoral.
“Mais do que fazer uma campanha para ‘a’ ou ‘b’, a gente quer que as candidaturas ouçam o que a frente ampla tem a dizer, para que possam, inclusive, colocar nos seus programas”, explicou Emily Marques, do Movimento Mulheres que Lutam (MQL), em entrevista ao programa Política ES, da TV Século.
“É um avanço da própria frente colocar esses partidos para conversar, mostrar que é possível construir uma plataforma única. Mas não necessariamente vai ter um candidato da frente. A frente não pode, essencialmente, se comprometer com ‘a’ ou ‘b’, num cenário que é tão amplo e diverso, se essa pessoa não tem a nossa convicção programática. Se das articulações sair um candidato que não condiz com o caráter da frente, não vai ter apoio”, reforçou Juliana Souza, da Organização Não Governamental (ONG) Gaya Religare, também à TV Século.
Criação
O pontapé para a criação da “Frente Guarapari que Queremos” foi dado no fim do ano passado, com a realização da Caravana dos Direitos Humanos, capitaneada pela deputada estadual Camila Valadão (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
Inicialmente, militantes do Psol passaram a convidar integrantes de outras organizações para se reunir, mas logo o grupo deixou de se vincular a um única agremiação política. A frente realizou outras duas reuniões neste ano, sendo que em uma delas foram definidos os seus 14 pontos programáticos principais.
“O perfil conservador, de certa forma até ditador do gestor maior aqui da cidade [prefeito Edson Magalhães, do PSDB], acaba desestimulando a participação social, as associações de bairro e comunitárias, porque é uma coisa muito centralizada nas mãos de poucos. Então, a gente tem essa dificuldade imensa de dialogar com o poder público municipal”, comentou Clebio Marques Brambati, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarapari, também em entrevista ao Política ES.
“Um dos próximos passos da frente é trabalhar a questão de como comunicar com a cidade, estabelecer uma identidade visual e dizer que agora existe uma frente ampla em Guarapari”, afirmou Juliana Souza.
Também fazem parte da frente as organizações Levante Guaiburense (Morro de Guaibura) e Coletivo Diversidade, Resistência e Cultura (DRC).