Os moradores da parte alta de Jaburu, no Território do Bem, em Vitória, ficaram sem água no feriadão da Semana Santa. A água acabou na última quinta-feira (28) e voltou somente nesse domingo (31), após repercussão da situação nas redes sociais, embora os moradores já tivessem contatado a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) desde o início do problema. O ocorrido, para a Associação de Moradores do bairro Jaburu, mostra o descaso do poder público com a comunidade.
O presidente da associação, Cosme Santos de Jesus, informa que, na quinta-feira, a Cesan informou que a falta d’água era geral, por problemas na adutora. O problema prosseguiu no dia seguinte e, apesar de a comunidade novamente ter contatado a empresa, foi informada que a água já tinha voltado. No domingo, após repercussão, a Cesan compareceu ao local e ajustou a bomba, que não estava bombeando a água.
“Infelizmente, o poder público não olha para as comunidades carentes com o mesmo olhar que tem com áreas consideradas mais privilegiadas. Nós falamos que o abastecimento de água não estava normal e eles dizendo que estava. A gente, que mora no lugar, é que sabe”, diz Cosme, que afirma que a falta d’água é mais comum nas partes altas do Jaburu do que em outras do bairro, onde o abastecimento é normal.
Uma das esperanças para que a parte alta também tenha seu direito à água garantido é a ligação de uma adutora de uma elevatória de Gurigica até um reservatório construído em Jaburu há mais de 10 anos. Contudo, as obras começaram somente este ano. Um outro reservatório também está sendo construído em São Benedito, que faz parte do Território do Bem.
Como a água não voltava para a torneira, mesmo depois de finalizada a manutenção, moradores do Território do Bem acionaram a Cesan, que assim como aconteceu nesse final de semana, teria negado que houvesse falha no fornecimento e não enviou carro-pipa para abastecê-los. “Chegou ao ponto de não ter água para beber. Entramos em desespero”, relatou Jayme Gomes, morador do bairro Engenharia. Um carro-pipa chegou ao bairro somente após intercessão do vereador André Moreira (Psol), que citou o assunto em sessão da Câmara de Vitória.
Outra cláusula questionada pela Cesan foi a realização de diagnóstico das áreas das comunidades em que há problema de abastecimento. Com o diagnóstico, a empresa deveria informar o número de residências e comércios da localidade, e quais deles enfrentam dificuldades de abastecimento e qual a natureza dessas dificuldades, a ser encaminhado para a DPES em até 30 dias após a assinatura do TAC. No referido relatório, deveria constar ainda o número de ligações regulares e quantas delas possuem tarifa social.