Incra formalizou interesse em desapropriar a fazenda. Com ato político, MST encerrou mobilização
Missão cumprida. Esse é o sentimento que predominou entre as famílias que desocuparam a Fazenda Coqueirinho, em São Mateus, norte do Estado, na manhã desta terça-feira (30), atendendo ao mandado de reintegração de posse expedido pela justiça.
“As famílias sem terra saem da área ocupada com muita mística e esperanças renovadas, pois a luta e as denúncias de irregularidades da área que vieram à tona mostraram as razões que a colocam como passível de reforma agrária”, afirmou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em nota.
A desocupação foi acompanhada pelas forças de segurança pública estaduais, pela superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/ES), Penha Lopes, e pela deputada estadual Iriny Lopes (PT). “Com a liminar de despejo expedida pelo juiz, o povo sem terra faz o cumprimento da lei e exige que os poderes públicos a cumpram e coloquem esforços para a realização da reforma agrária”, complementou o MST.
Gritos de ordem, música e celebração marcaram a atividade, que procurou demonstrar como transcorreram as quase duas semanas em que a ocupação foi mantida, apesar do cerco montado, nos primeiros dias, por integrantes do Movimento Invasão Zero. “Foram dias de muita organização coletiva e solidariedade na construção das lutas pela efetivação da reforma agrária”, complementou o MST.
A ocupação da Fazenda Coqueirinho fez parte da Jornada Nacional de Luta Pela Reforma Agrária, em que o MST mobilizou milhares de famílias em diversos estados. No Espírito Santo, a mobilização iniciou no dia 17 de abril, data em que ocorreu o Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, e se tornou o Dia Internacional da Luta pela Terra.