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Saída de Alaimar Fiuza do Iema é ‘um alívio’, avalia associação de servidores

Mudança no comando da autarquia, informada à Assiema, deve ser oficializada nesta quinta

Tati Beling/Ales

É com uma interjeição de alívio que a notícia da saída de Alaimar Fiuza, o “homem da Vale”, do cargo de diretor-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) é recebida pela Associação dos Servidores da autarquia (Assiema).

“Enfim, saiu!”, comenta a vice-coordenadora da entidade, Silvana Coutinho, sem deixar de ressaltar o quão tardia foi essa saída e como ela representa apenas um passo no complexo caminho que a associação aponta ser necessário que o governador Renato Casagrande (PSB) se disponha a percorrer, para que a principal autarquia ambiental do Espírito Santo possa ter condições estruturais, orçamentárias e de gestão que atendam às demandas dos servidores e da sociedade.

“São muitos temas a serem tratados: teletrabalho, reestruturação, falta de apoio técnico/administrativo, concurso público…”, elenca, citando pontos destacados durante o último protesto contra Fiuza, realizado há um mês.

Silvana Coutinho explica que, assim que formalizada a saída de Alaimar Fiuza, aguardada para esta quinta-feira (2), no Diário Oficial, a coordenação da Assiema irá se reunir com o diretor administrativo do Iema, Rafael Almeida Lovo e, em seguida, espera poder ser recebida pelo novo presidente.

Alaimar Fiuza assumiu a gestão do Iema logo no início da gestão anterior de Casagrande, em 2019, vindo diretamente de uma carreira de 30 anos dentro da Vale, uma das maiores poluidoras localizadas no Espírito Santo, coautora do maior crime socioambiental do país e o maior da mineração mundial, ocorrido em 2015, com o rompimento da barragem de Fundão, da Samarco/Vale-BHP em Mariana/MG.

Desde então, nunca cessaram os protestos dos servidores e da sociedade civil contra a flagrante incoerência na atitude do governador, de trazer para a gestão e controle ambiental alguém que se construiu profissionalmente defendendo os interesses de uma gigante que lidera um dos setores econômicos mais predatórios do mundo, privatizada em 1997. Não é coincidência, afirmam os críticos, que o Iema não tenha conseguido reduzir em nada a poluição do ar, incluindo o pó preto, durante os quase seis anos de gestão do “homem da Vale”.

Nos corredores, o nome que circula para substituição é o de Mário Louzada, atual diretor técnico do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES), ex-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e ex-secretário de Estado de Agricultura (Seag), de onde foi exonerado após denúncias de assédio sexual por parte de uma servidora, retornando ao governo após o processo ser arquivado.

Felipe Rigoni

As especulações também indicam que Fiuza seria levado para a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan). Mas são informações que só podem mesmo ser confirmadas mediante a publicação em Diário Oficial, afirma a vice-coordenadora da Assiema.

“Tudo pode mudar, a gente já viu acontecer. O secretário Fabrício Machado [PV], mesmo, seria mantido no cargo na nova gestão de Casagrande, até a gente saber pela manhã que o Rigoni é quem assumiria”, diz, referindo-se ao atual titular da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), o ex-deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil), conhecido por sua ardorosa defesa da exploração do sal-gema no norte do Espírito Santo, em meio à tragédia em curso em Maceió, capital de Alagoas.

O pedido de exoneração do ex-deputado também é pleiteado pelos servidores e ambientalistas desde os prenúncios de sua chegada na Seama. “Em vários momentos nos posicionamos pela sua saída, em especial devido à falta de diálogo com os servidores, à elaboração da Lei da Destruição e à agenda geral da Seama, descolada da pauta ambiental“, afirma Silvana. “Nossa posição ‘Fora Rigoni’ se mantém intacta’, reforça.


Casagrande mantém ‘homem da Vale’ na presidência do Iema

Com Alaimar Fiuza, Iema não reduziu poluição da Vale e ArcelorMittal nem adequou os padrões de qualidade do ar à OMS


https://www.seculodiario.com.br/meio-ambiente/casagrande-mantem-o-homem-da-vale-na-presidencia-do-iema

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