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Terceira via em Vitória favorece ala progressista e afeta grupo de direita

Divisões no grupo podem favorecer pré-candidaturas como a do petista João Coser

Articulações em andamento para confirmação de candidaturas à Prefeitura de Vitória, a quatro meses da eleição de 6 de outubro, mostram um cenário favorável à movimentação dos partidos de esquerda, em especial o PT e a pré-candidatura do ex-prefeito e deputado estadual, João Coser (PT), de acordo com os meios políticos, já com a certeza de que não contará com o esperado apoio do Palácio Anchieta. Divisões projetadas nos partidos que formam a chamada terceira via colocam em risco a manutenção do grupo.

A principal divergência paira sobre o União Brasil, comandado no Estado pelo secretário de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, que corre o risco de perder o posto para o deputado estadual Marcelo Santos – ainda no Podemos -, bem articulado presidente da Assembleia Legislativa, caso se confirme notícia que corre nos bastidores dando conta de que haverá mudanças na direção estadual da legenda. Marcelo trabalha nesse sentido e, se alcançar êxito, fortalecerá a reeleição do prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), seu aliado.

Nesse contexto, e com a inserção de lideranças nacionais, o outro nome da direita, o deputado estadual Capitão Assumção (PL), poderá ser alcançado de forma negativa, reforçada com a piora da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível e caminhado para ser trocado por outros nomes da direita. 

Não é sem razão, portanto, que nomes do grupo da terceira via busquem se desligar de movimentos do ex-presidente, a fim de evitar desgaste junto ao eleitorado, embora tenham atuado, mesmo que discretamente, para elegê-lo em 2022.

Como se não bastasse, as convergências e divergências entre o deputado estadual Fabrício Gandini (PSD) e o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) ainda não alcançaram o nível pretendido. Com uma derrota eleitoral para a Câmara dos Deputados em 2022, Luiz Paulo, atual subsecretário estadual de Desenvolvimento e Integração Regional, subordinado ao vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), dá sua última cartada para retornar à política.

Da mesma forma, porém mais jovem, Fabrício Gandini vem de uma derrota nas eleições de 2020 para a Prefeitura de Vitória, quando perdeu para João Coser, o que o impediu de ir ao segundo turno. Ancorado na boa votação contra o petista – 21,12% contra 21,82% -, persegue em tornar realidade o desejo de chegar a prefeito da Capital. Para tanto, trocou o Cidadania pelo PSD e deixou para trás o antigo aliado, o ex-prefeito Luciano Rezende, que hoje já pode ser considerado carta fora do baralho. Ele foi a primeira baixa do grupo.

Na última reunião do bloco, na terça-feira (21), no escritório de advocacia do deputado Mazinho dos Anjos, porta-voz do movimento e que também chegou a se colocar como pré-candidato, estiveram presentes Luiz Paulo e Gandini; o deputado estadual Vandinho Leite, presidente do PSDB; Felipe Rigoni, do União Brasil; o também deputado estadual Tyago Hoffman, que renunciou à pré-candidatura; e o ex-deputado e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Espírito Santo, Sérgio Borges, presidente municipal do MDB, legenda às voltas com muitos problemas.

O movimento, que começou com cinco nomes, segue agora com dois, com a saída de Luciano, Tyago e Mazinho. A decisão de lançar pré-candidato oriundo da aliança das legendas que integram a base do governo do Estado foi reforçada após Tyago ter anunciado, no último dia 8, desistência do pleito, atendendo, segundo ele, a um pedido de Renato Casagrande (PSB). Na ocasião, o deputado alegou que o governador teria atribuído a ele a missão de representar o Palácio Anchieta nos eventos de campanha nos municípios em que aliados disputarão o cargo de prefeito e vice.

Já o pré-candidato do PT, que transita no eleitorado de nomes da terceira via, aposta ainda no desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que investe suas fichas em eleger filiados ao partido em capitais e prefeituras importantes do país, visando as eleições presidenciais de 2026. Como reforço, tenta atrair a deputada estadual Camila Valadão, pré-candidata do Psol, que não dá sinais de desistir.

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