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​Teatro da Ufes recebe Orquestra Brasileira de Cantores Cegos

Espetáculo nesta quarta-feira será gratuito e apresentará diversidade cultural e tradições do Estado

Cia Poéticas

A Orquestra Brasileira de Cantores Cegos inicia sua segunda temporada nesta quarta-feira (5), em Vitória, com uma apresentação única e gratuita no Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), às 19h30. Após o sucesso de público do ano passado, os 16 cantores cegos voltam a interpretar canções que representam a cultura e os povos do Brasil, incluindo comunidades e tradições capixabas.


Ao todo são 20 canções organizadas em 15 arranjos para voz, piano e percussão corporal. Os cantores cegos são arautos de cantigas garimpadas de Norte ao Sul do País, passando por ritmos e culturas diferentes, entre eles, o congo do Espírito Santo, o Coco de Tebei de Pernambuco e a Bata do Feijão do Maranhão.

Também representam a comunidade quilombola Kalunga de Cavalcante (GO), o povo Mehinako do Alto Xingu (MT), os Guaranis da aldeia Marake’nã, residentes do Rio de Janeiro, e territórios como Angicos (RN) e Santo Antônio da Patrulha (RS); passando por Serra Preta (BA), Vale do Jequitinhonha (MG) e Arapiraca (AL).

O repertório é resultado do trabalho de pesquisa realizado pela artista Renata Mattar e formado por canções populares de domínio público, transmitidas de geração em geração, utilizadas por comunidades diversas para acompanhar atividades de trabalho, ninar e festejos. 

A Orquestra conta com os atores da Cia Poéticas da Cena Contemporânea, que dividem o palco com os cantores cegos e auxiliam seus deslocamentos, imprimindo performatividade e dramaticidade nas cenas.

O maestro Thomas Davison, aceitando o desafio de reger pessoas que não enxergam as suas mãos, utiliza-se de estalos de dedos, palmas, batidas dos pés no chão e movimentos que lembram um bailarino brincante, contribuindo para a estética do movimento que o espetáculo apresenta.

Com André Stefson na iluminação e Antonio Apolinário nos figurinos, a diretora do espetáculo Rejane Arruda imprime em cena as marcas de uma linguagem experimental, trabalhando a interface entre as Artes Cênicas e o Canto Coral.  Já os arranjos de Tarita de Souza para voz, piano e percussão corporal trazem a marca do hibridismo entre popular e erudito típico de uma tradição instrumental brasileira representada por nomes como Guerra Peixe e Villa Lobos.
As 16 vozes da Orquestra Brasileira de Cantores Cegos se juntaram em meados de 2023, quando começaram os ensaios para a primeira apresentação, realizada em novembro. O grupo foi selecionado em audição acompanhada pelo maestro Thomas Davison. Logo depois, teve início a etapa dos ensaios com o repertório escolhido, dirigidos por Rejane Arruda. A temporada de 2024 começa com esse mesmo espetáculo, que foi sucesso de público com três sessões lotadas.

Ainda este ano, a Orquestra começa a preparar um novo espetáculo, com um novo repertório, que ainda será divulgado e tem apresentações previstas para o segundo semestre.

SERVIÇO:

Orquestra Brasileira de Cantores Cegos
5 de junho, quarta-feira, às 19h30 
Teatro Universitário da Ufes – Avenida Fernando Ferrari, 514, Campus Universitário de Goiabeiras, Vitória.

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