Anúncio foi feito na noite desta terça, depois de reunião fechada com representantes de seis partidos
Como já era esperado, o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) é o pré-candidato do bloco de centro-direita, formado pelo PSDB-Cidadania, PSD, PSB, União Brasil e MDB para disputar a Prefeitura de Vitória nas eleições de 6 de outubro. O anúncio foi feito na noite desta terça-feira (4) no escritório do deputado Mazinho dos Anjos, vice-presidente estadual do PSDB e porta-voz do grupo, depois de reunião realizada com as assessorias fora da sala.
Emocionado, Luiz Paulo disse que estava feliz com a possibilidade de poder retornar à política do Espírito Santo. “Sou um cara apaixonado por política desde muito novo e sou aquele cara que vai assistir a um filme e não quer ficar de fora assistindo, mas entrar no filme, participar do filme. Então estou disputando a eleição para voltar a ser prefeito, eu quero participar do processo político”.
O principal fator para o fechamento da aliança entre os seis partidos do grupo, para Luiz Paulo, foi a consciência de que a aliança não é um acordo para repartição de poder, mas para executar tarefas, administrativas e políticas. “Esses partidos participam do governo Casagrande, que é um êxito, um sucesso de combinação de competência técnica e política”.
O dia foi todo de articulações de ambos os lados antes da reunião. A conversa começou por volta das 18h20, com a chegada de Gandini e de Sérgio Borges, presidente municipal do MDB e um dos articuladores do grupo.
Após a reunião, Gandini divulgou uma “Carta aos eleitores de Vitória”, na qual afirma: “Após muita reflexão e conversas com aliados e familiares, quero fazer um importante comunicado aos meus eleitores: vou adiar o meu sonho de concorrer mais uma vez à Prefeitura de Vitória”.
Mais adiante, diz que toma “essa decisão com base em alguns argumentos”, um deles, “a necessidade de juntar pessoas e partidos para entregar à cidade de Vitória uma candidatura alternativa à atual e que possa indicar caminhos para a Capital avançar, e não continuar sem rumo como está atualmente”.
Gandini acrescenta que vai agora, junto com o presidente estadual do PSD, Renzo Vasconcelos, “definir o rumo do partido na Capital, sendo que aponto o caminho que já estávamos construindo como o ideal”.
Além disso, afirmou que vai “aceitar a tarefa que ele me designou, caso não fosse candidato, que é de tornar o PSD um partido maior, com mais relevância no Estado. Portanto, estarei desempenhando essa tarefa de apoiar as candidaturas a prefeito e vereador do PSD”.
O deputado também afirma na carta que o “mais importante era garantir espaço e confirmar o nome da terceira via, para concorrer com o atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), representante da direita e da extrema direita, e João Coser (PT), do campo progressista, projetados no mercado político, com base em pesquisas eleitorais, com maiores chances de alcançarem o segundo turno”.
O grupo do centro também já teve, no início das articulações, como cotados ao palanque, Mazinho e o também deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB), além do ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania). Mazinho e Luciano logo ficaram para trás nas movimentações e Tyago retirou seu recentemente, alegando atender a um pedido do governador.
As conversas que antecederam a decisão anunciada nesta terça-feira foram marcadas por reuniões visando a confirmação do apoio do governador Renato Casagrande (PSB), mais próximo de Luiz Paulo, que em abril deste ano se desincompatibilizou do cargo de subsecretário estadual de Integração e Desenvolvimento Regional, subordinado ao vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB).
Ligado ao grupo palaciano, o ex-prefeito tenta, mais uma vez, retornar a um cargo eletivo, depois de vetado em 2020 pelo próprio partido, por meio de uma frente ampla com vários partidos.