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Moradores de Jardim da Penha querem conhecer projeto do ‘Tancredinho’

Prefeitura anunciou, sem nenhum diálogo, construção de quadra coberta em praça

Os moradores de Jardim da Penha querem que a gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) apresente o projeto da obra que a Prefeitura de Vitória apelidou de “Tancredinho”, como se fosse uma miniatura do ginásio de esportes localizado no bairro Mário Cypreste, em Vitória. Trata-se da construção de uma quadra coberta na praça Regina Frigeri Furno, mas que não foi pensada em diálogo com a comunidade, que soube da iniciativa somente por meio da imprensa.

O coordenador-geral da Associação de Moradores de Jardim da Penha (Amjap), Angelo Del Caro, informa que a prefeitura contatou a entidade somente para convidar para o lançamento do edital de licitação da obra. A Amjap, relata o líder comunitário, já solicitou o projeto, mas não obteve resposta. 

Em audiência realizada pela Associação nessa quarta-feira (19), na própria praça, os moradores deliberaram por, novamente, contatar a gestão municipal para que o projeto da obra seja compartilhado com eles.
Divulgação

Na praça há feira de artesanato semanalmente e feira gastronômica todos os dias, ambas com muitos trabalhadores que têm nessa atividade sua única fonte de renda. No local também funcionam diversos projetos, como os de patinação artística, escolinha de futsal, ginástica para a terceira idade, atletismo e skate. Diante disso, relata Angelo, os moradores querem saber onde esses trabalhadores ficarão durante os 540 dias previstos para a conclusão da obra, bem como onde os projetos irão acontecer. 

Os moradores questionam, ainda, como fica a situação dos trabalhadores após a obra, pois não há garantia nenhuma de que as feiras continuem a acontecer na praça, assim como as práticas esportivas. A obra pode mudar o cotidiano da comunidade em outros aspectos também. “Uma das pessoas presentes na audiência falou que costuma ir com o filho para a praça e comer um churrasquinho enquanto observa a criança brincando no parque. A preocupação dele, e de muitos outros, é que a quadra, por ser fechada, vai tirar a visão. Ele questionou: vou conseguir deixar meu filho no parquinho e observá-lo?”, diz Angelo, que acrescenta outra incógnita: “a obra prevê a preservação do parquinho?.

Leonardo Sá

A obra na praça vai custar cerca de R$ 4 milhões. O líder comunitário aponta necessidades da comunidade que deveriam ser priorizadas, podendo utilizar esse dinheiro. Uma delas diz respeito à Unidade Básica de Saúde (UBS), que, conforme afirma, é muito pequena e tem poucos profissionais. A outra é providenciar um prédio próprio para o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Cida Barreto, que funciona em um imóvel da Igreja Batista, para quem a prefeitura pagar aluguel no valor de R$ 50 mil.

Angelo afirma que o fato de a unidade de ensino funcionar em um espaço da igreja interfere, inclusive, nas atividades educacionais. Ele recorda que, em 2017, um pastor pediu que um painel com bonecas negras de pano, conhecidas como Abayomi, fosse retirado da creche com o argumento que se tratava de macumba, causando protestos por parte de movimentos sociais e culturais. O Centro de Convivência para a Terceira Idade, segundo Angelo, também funciona em um prédio alugado pelo valor de R$ 25 mil mensais, e, defende o líder comunitário, deveria ter espaço próprio.

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