Os professores da Universidade Federal do Espírito (Ufes), em assembleia realizada nesta sexta-feira (21), decidiram pela permanência da greve, que já está prestes a entrar no terceiro mês. Os docentes fizeram uma avaliação do movimento grevista, com foco na análise das propostas do governo e, por fim, debateram as possibilidades de continuidade da greve ou de construção de uma saída coletiva pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes Sindicato Nacional).
Em vídeo divulgado nas redes sociais, a presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes), Ana Carolina Galvão, afirma que, quanto às propostas, “foi feita uma análise bastante crítica”, além de optarem pela não aceitação, por não terem uma versão final da minuta do acordo.
Os docentes da Ufes reivindicam recomposição salarial de 22,71%, que pode ser dividida entre os anos de 2024, 2025 e 2026. A pauta inclui ainda o “revogaço” das medidas do Governo Bolsonaro, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32, que trata da reforma administrativa, que ainda tramita no Congresso Nacional.
O governo também indicou que poderá revogar a Instrução Normativa 66, de setembro de 2022, que, na visão da categoria, dificulta a progressão múltipla, a qual ocorre quando há acúmulo de interstícios diferentes, nos quais não foram requeridas as progressões ou as promoções funcionais devidas. Segundo os ministérios, após revogar as normativas, deverão ser criados grupos de trabalho para a criação de novas regulamentações. Entretanto, o governo condicionou as mudanças ao encerramento da greve.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o Andes-SN classificou o encontro como positivo, dizendo que o governo “reconheceu a força da greve”. O sindicato afirmou também que cobrou do governo a criação de um grupo permanente de trabalho para discutir as questões da carreira. No fim de maio, a última proposta do governo federal, apresentada no dia 15 daquele mês, foi rejeitada em assembleia da Adufes. Os termos apresentados incluíram um reajuste salarial variável de 13,3% a 31,2% até 2026. Entretanto, os professores dizem não abrir mão de que haja algum percentual de reajuste já para este ano, e a gestão federal sinalizou apenas a partir do ano que vem.
Ifes
Já o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Sintufes) deliberou pela continuidade da greve dos TAEs na universidade, em assembleia realizada na última sexta-feira (14). “A assembleia avaliou que o que o governo colocou na mesa de negociação foi fruto da luta, da greve que completou 90 dias em 13 de junho. E que, apesar de entender que o governo poderia (pode) melhorar o que oferece, houve sim avanços nas negociações em razão da força do movimento paredista”, divulgou o Sintufes.