Sindicato representativo diz que está aberto ao diálogo, mas cobra efetividade do TJES
Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Espírito Santo (SindjudES) aprovou, nessa sexta-feira (12), o início dos procedimentos para deflagração de greve. A presidente da entidade, Maria Clélia da Costa Almeida, aponta que “existem diversas pautas que precisam ser consideradas pelo Tribunal Justiça [TJES], mas que estão sendo postergadas”.
Também foi definido, pela categoria, a realização de assembleias regionalizadas, incluindo em frente ao Tribunal de Justiça.
Maria Clélia destaca com demandas principais os auxílios-alimentação e saúde, alteração do plano de carreira, remoção, nomeação dos servidores do último concurso e pagamento das promoções. “A categoria tem buscado incessantemente o diálogo com a atual gestão do tribunal nos últimos sete anos, visando à valorização dos servidores e à melhoria das condições de trabalho”, aponta, em referência ao presidente do Tribunal, desembargador Samuel Meira Brasil Júnior.
Para dirigente sindical, “a defasagem de pessoal é alarmante, com vários cartórios operando com apenas um servidor, levando a um alto índice de adoecimento”.
Em relação às questões financeiras, ressalta, “é evidente que a magistratura sempre recebe seus benefícios em detrimento dos servidores”.
Um dos pontos cruciais debatido na assembleia foi a decisão em relação ao auxílio-saúde: enquanto os juízes e desembargadores já o recebem desde dezembro de 2023, conforme a Resolução TJES n° 01/2007, os servidores tiveram uma atualização mínima na tabela do auxílio-saúde, variando de R$ 26,72 a R$ 159,70 dependendo da faixa etária.
“Da mesma forma, quanto ao auxílio alimentação, os magistrados tiveram um percentual do subsídio concedido, enquanto para os servidores, houve um reajuste insignificante no valor de R$ 4,20 por dia”, diz a presidente.
Ela enfatiza que “o sindicato e a categoria estão abertos ao diálogo, mas é crucial que haja efetividade e equidade por parte do Tribunal. Não podemos mais aceitar ser tratados como secundários quando somos a base do Judiciário, responsáveis por auxiliar e executar as decisões da magistratura”, criticou.