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Importação de carros cria gargalo no Porto de Vitória e gera críticas

Tales Machado, do Centrorochas, cobra medidas que atendam a todos os setores da economia capixaba

Engrossando o coro de vários segmentos do setor, o presidente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), Tales Machado, aponta que lotação de veículos importados da China no Porto de Vitória cria gargalos prejudiciais especialmente à movimentação das áreas de café e rochas ornamentais. “Ninguém aqui é contra a importação de veículos, mas a autoridade portuária precisa equilibrar as necessidades de todos os setores”, diz o empresário.

Acrescenta que, “no passado, os carros importados eram desembarcados no lado de Vitória, onde cegonhas aguardavam para transportá-los. Agora, o porto está lotado de carros estacionados, o que gera receita, mas o porto deveria ser um fator de desenvolvimento para todos”.

A questão afeta o comércio internacional capixaba, que tem expressado insatisfação com os serviços prestados no Porto de Vitória, especialmente no terminal de contêineres.

Para o presidente do Centrorochas, “o contêiner é crucial não só para o Espírito Santo e o Brasil, mas para todas as grandes operações de comércio. Na privatização do porto, o tempo de carregamento com os navios de cabotagem era de 57 horas, mas agora está em 114 horas. A demora causa filas e omissões no transporte, prejudicando a programação e o ciclo financeiro das empresas. Recentemente, tivemos três omissões que causaram grandes prejuízos”.

Tales Machado também mencionou a necessidade urgente de expandir a área de operação do Terminal Portuário de Vila Velha (TVV). “O TVV está imprensado na área de contêineres e precisa de mais espaço. Na Feira do Mármore deste ano, fui informado de que as negociações estavam quase concluídas, mas até agora, nada foi resolvido. Fotos recentes mostram o porto completamente lotado. A área portuária deve permitir um fluxo rápido de mercadorias, e não servir como estacionamento”.

Questão antiga

Não é de hoje que a logística de transporte e escoamento de produtos no Espírito Santo é criticada por não explorar todo o seu potencial, afirmam especialistas. As malhas rodoviária e ferroviária são apontadas como insuficientes para atender aos portos capixabas tanto na exportação quanto na importação – “situação grave num Estado cujo grau de abertura da economia fechou em 42% no ano passado, índice bem maior que a média nacional, que foi de 27%”. 

Em 2023, enquanto o Brasil registrou queda de -4,32% no comércio exterior, no Espírito Santo essa atividade cresceu +3,75%, alcançando a cifra de US$ 19,3 bilhões – foram US$ 9,5 bilhões exportados (crescimento de +4,17% sobre 2022) e US$ 9,8 bilhões importados (incremento de +3,34% ante 2022). O dado consta na Resenha da Balança Comercial Preliminar, do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), e o valor é o maior da série histórica anual.

As críticas colocam em evidência a necessidade de “uma gestão mais equilibrada e eficaz no Porto de Vitória, para evitar prejuízos a setores vitais da economia capixaba”.

O cenário remete ao período de 2021/2022, quando a antiga Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) foi vendida, passando à condição de primeira autoridade portuária do país privatizada. A mudança- foi precedida de manifestações contrárias de especialistas e de entidades representativas do setor, como os operadores portuários e sindicatos de trabalhadores.

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