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​Fórum realiza II Marcha das Mulheres Negras no próximo sábado

“Contra o Feminicídio e pelo Bem Viver” é o tema da mobilização, que percorrerá ruas do Centro de Vitória

O Fórum Estadual de Mulheres Negras realiza, neste sábado (27), a II Marcha das Mulheres Negras, cuja concentração será às 8h, na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória. De lá, os manifestantes seguirão rumo ao Museu Capixaba do Negro (Mucane), na mesma localidade. Este ano, o tema será “Contra o Feminicídio e pelo Bem Viver” e abordará pautas como a necessidade de políticas públicas com recorte racial e de gênero, defesa do aborto legal, combate à intolerância religiosa e fim do extermínio da juventude negra.

A integrante do Fórum, Marilene Aparecida Pereira, explica que o trajeto escolhido é devido ao movimento intenso de pessoas, possibilitando um trabalho de panfletagem e sensibilização com a população. Além disso, destaca, o Mucane é um espaço de referência para a população negra.

No que diz respeito às pautas, a ativista aponta que o recorte racial e de gênero nas políticas públicas, com foco nas mulheres negras, é necessário para combater as desigualdades. Ela exemplifica com o fato de que esse grupo é o que mais sofre com vários tipos de violência, como a feminicídio e as violência doméstica e obstétrica, portanto, as políticas que buscam eliminar esse tipo de problema devem levar essa realidade em consideração.
A defesa do aborto legal ganhou mais força este ano diante da apresentação, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei (PL) 1904/2024, de autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL/RJ), que equipara aborto a homicídio quando realizado após 22 semanas de gestação, inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro. A proposta altera o Código Penal, que hoje não pune o aborto em caso de estupro e não prevê restrição de tempo para o procedimento nesse caso. O código também não pune o aborto quando não há outro meio de salvar a vida da gestante.
Defender o fim da intolerância religiosa, afirma Marilene, se faz cada vez mais necessário diante dos inúmeros casos de ataques a religiões de matriz africana no Espírito Santo. Em um dos casos, em maio deste ano, o terreiro de umbanda Aprendizes do Amor, em Santa Paula, Vila Velha, foi incendiado. Outro episódio recente foi em outubro último, quando a casa de Candomblé Ilê Asé Oni Odé Babá Layó, em Itapoera da Barra, Vila Velha, durante um ritual, foi alvo de três bombas jogadas por um vizinho, que confessou o crime.
O extermínio da juventude negra, ressalta a integrante do fórum, afeta as mulheres negras, que sofrem a perda de seus filhos para a violência, muitas vezes cometida pelo próprio Estado.

Marilene informa que a ideia é, a partir do ano que vem, fazer a Marcha nas comunidades populares, as quais chama de territórios. Assim, possivelmente, a terceira edição será em São Pedro. A proposta é uma forma de os debates chegaram até as periferias, locais de população majoritariamente negra. Para isso, será um ano de preparação nas próprias comunidades. “Normalmente, as reuniões são no Centro, em algum sindicato que nos cede o auditório. Para o ano que vem, vamos fazer com a condição que tiver no território”, pontua.


Mulheres negras entregam manifesto com reivindicações ao Governo do Estado

Documento, direcionado também a Lorenzo Pazolini e à sociedade, reforçou pedido de exoneração do secretário de Segurança


https://www.seculodiario.com.br/direitos/mulheres-negras-entregam-manifesto-com-reivindicacoes-ao-governo-do-estado

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