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Um segundo turno para Pazolini poderá ser uma barreira difícil de transpor

Quatro anos depois do último pleito municipal, Vitória tende a repetir disputa entre o atual prefeito e Coser

A situação confortável do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), considerando a vantagem registrada nas últimas pesquisas em relação aos demais pré-candidatos à Prefeitura de Vitória nas eleições deste ano, não lhe dá a certeza de que está garantida sua reeleição no primeiro turno. Os comentários, correntes nos meios políticos, asseguram que recentes articulações, que passam por conversas entre concorrentes e também por conversas fora do Estado, poderão alterar a correlação de forças, para fazer frente contra a máquina pública nas mãos do atual prefeito.

Desse modo, o quadro caminha como há quatro anos, com tendência de haver um segundo turno, como em 2020, o que não é considerado bom para Pazolini, devido ao leque de aliados do PT que se desenha no cenário atual. No último pleito, Pazolini derrotou João no segundo turno com 58,5% dos votos válidos contra 41,5% do adversário. Observadores do mercado avaliam, porém, que a mesma marca pode não ser batida neste ano.

Isso porque, em um eventual segundo turno no final de outubro, irá pesar o apoio a João Coser do governador Renato Casagrande (PSB) e dos demais candidatos, Camila Valadão (Psol) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), e ainda a força eleitoral de prefeitos da Grande Vitória ligados ao governo, como Sergio Vidigal (PDT), da Serra, Arnaldinho Borgo (Podemos), de Vila Velha, e Euclério Sampaio (MDB), de Cariacica.

Entre os pré-candidatos, João Coser (PT) e Camila Valadão (Psol) já colocaram a pré-campanha na rua e apresentam musculatura de crescimento, enquanto o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) ainda não conseguiu firmar-se como uma força capaz de sobrepor-se no cenário eleitoral. Há uma tentativa de Coser de aproximação com a Capitã Estéfane (Podemos), para ser a vice, mas ela insiste em manter a pré-candidatura a prefeita.

A deputada estadual Camila Valadão carrega em seus movimentos o fato de ser mulher, negra e com uma trajetória de lutas vitoriosas. Sua pré-campanha é focada nos encontros m diferentes áreas da cidade – “Vitória para viver bem” -, para a construção do plano de governo.

Nessa quarta-feira (24), a pré-campanha de Joao Coser (PT) anunciou que Vitória poderá receber recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para realização de obras de macrodrenagem das bacias de Fradinhos, Jucutuquara, Cruzamento, Ilha de Santa Maria, Jesus de Nazareth e Monte Belo. 

A ação é fruto de sua recente visita a Brasília, que resultou em contatos com setores do governo federal e do PT, que ele ajudou a fundar no Espírito Santo, e insere o projeto de execução das obras nas áreas de seleções do Orçamento Geral da União. “Levei ao conhecimento do presidente Lula e de sua equipe a importância dessa obra para dar continuidade ao trabalho que iniciamos quando fui prefeito de Vitória”, comenta João Coser, dizendo-se “totalmente comprometido em fazer essa interlocução junto ao governo federal”, ressaltando suas afinidades com o governo Lula, cuja aceitação cresce junto a opinião pública.

Já Pazolini, egresso da corrente bolsonarista mais aguerrida quando deputado estadual, chegando a “invadir” um hospital na Serra durante a pandemia para seguir as ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente é da ala conservadora mais ligada ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do seu partido. A estratégia visa, aos poucos, afastar-se do ex-chefão, inelegível e ameaçado de prisão, com o objetivo de preparar terreno para as eleições presidenciais de 2026.

No seu campo de atuação, terá que disputar com o pré-candidato do PL, o Capitão Assumção, e também com o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, o nome do PSDB, com bom trânsito nas classes A e B, mesmo terreno sedimentado por Pazolini, adubado com as recentes entregas à população, por meio de asfaltamento de vias, algumas delas sem necessidade, e inaugurações de obras inacabadas, como o Mercado da Capixaba.

Para ele, o jogo eleitoral terá que ser encerrado no primeiro turno e, para isso, será preciso romper o teto mostrado nas pesquisas, com ações fora da máquina pública, avaliado como estagnado, ao contrário da movimentação de João Coser e, principalmente, de Camila Valadão.

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