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Quatro candidatos de cidades afetadas por enchentes não têm propostas ambientais

Pelo menos 14 municípios do sul do Estado enfrentaram desastres naturais em março deste ano

Max Wender/Casa Militar

Quatro candidatos a prefeito de cidades do sul do Estado que foram atingidas por enchentes em março deste ano não apresentam propostas para o meio ambiente: Márcio Keres (PSB), de Apiacá; Prof. Duclerk (DC), de Atílio Vivácqua; Peter Costa (Republicanos), de Mimoso do Sul; e Vilma Soares Louzada (PL), de Muniz Freire.

Século Diário realizou levantamento com base nos planos de governo dos candidatos de 14 municípios da região, conforme registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além dessas cidades, também foram analisadas as candidaturas de Alegre, Alfredo Chaves, Bom Jesus do Norte, Cachoeiro de Itapemirim, Guaçuí, Jerônimo Monteiro, Muqui, Rio Novo do Sul, São José do Calçado e Vargem Alta.

Todos esses municípios estavam incluídos em um decreto de situação de emergência do governador Renato Casagrande (PSB), publicado em 23 de março. A única exceção é Cachoeiro de Itapemirim, onde o prefeito, Victor Coelho (PSB), assinou um decreto municipal.

No caso de Mimoso do Sul, o município mais atingido, o prefeito Peter Costa cita em seu plano de governo a necessidade de recuperação da cidade após a enchente, inclusive com apoio às famílias no âmbito social. Entretanto, não há propostas de enfrentamento à situação na área ambiental.

Seu único concorrente, Vaval (PT), propõe “implantar barraginhas para diminuir impactos das enchentes” e “criar um parque ecológico no morro do Cristo de forma a diminuir a erosão causada pelas fortes chuvas”.

No caso de Márcio Keres, ex-vereador e ex-secretário na gestão atual de Apiacá, o segundo município mais afetado, o item “Segurança Pública e Defesa Civil” apresenta propostas relacionadas ao fortalecimento da cidade contra desastres naturais, mas o plano de governo não tem menções a meio ambiente ou questões climáticas.

As propostas do candidato incluem: desassoreamento do Córrego Boa Vista; ampliação e capacitação da equipe; estudo, projeto e construção de barragem seca para o controle e contenção da água de enxurrada; construção de contenção de encostas que ofereçam riscos; criação e implantação do Conselho Municipal de Defesa Civil.

Em contraponto, o candidato que mais citou o termo “enchente” em plano de governo foi Diego do Betinho (PSD), também de Apiacá. Entre as suas propostas estão implantação de um projeto de prevenção de enchentes; instituição de departamento para elaboração e execução de projetos específicos para prevenção e contenção; monitoramento do nível dos rios e córregos em tempo real, nos períodos críticos; e ampliação da política de habitação, com a construção de novas casas populares para a população e as vítimas da enchente.

Os dois concorrentes de Alegre, Nirrô (PP) e Romário Brasil (PSB), se destacam por apresentar propostas de combate às “mudanças climáticas”. O termo também é citado por Lana Roppe (Psol), de Atílio Vivácqua; Nei Castelari (Podemos), de Rio Novo do Sul; e Diego Libardi (Republicanos) e Lorena Vasques (PSB), de Cachoeiro.

Entre as propostas de Nirrô, que tenta a reeleição em Alegre, estão implantar Projeto de Prevenção e Riscos de Desastres com sensores inteligentes; o programa de transição energética produzindo energia limpa de fontes renováveis para prédios públicos; e o Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima.

Romário Brasil também escreve em seu plano que “enfrentar os efeitos nocivos das mudanças climáticas” é uma questão central. Dentre as suas propostas, estão obras de enfrentamento às enchentes e ao deslizamento de encostas nas áreas de risco; privilegiar moradores de locais de risco em programas habitacionais; e criar Plano de Drenagem Urbana, Plano de Arborização e Plano de Metas do Município relacionado a metas da Organização das Nações Unidas (ONU).

Já Diego Libardi propõe a construção do Plano Municipal de Adaptação às Mudanças Climáticas. Lorena Vasques também tem um item de seu programa inteiramente dedicado à “Prevenção aos desastres naturais e mudanças climáticas”, com ações que incluem desde monitoramento do nível do rio até obras de macrodrenagem e contenção de encostas.

Lana Roppe, por sua vez, defende “incentivar a construção de edifícios sustentáveis, com eficiência energética, uso de materiais e tecnologias ecoeficientes e adaptação às mudanças climáticas”, além de propor diversas políticas de preservação ambiental em geral.

Diversos candidatos também apresentam propostas focadas em prevenção de desastres, mas sem tratar de mudanças climáticas, como Luciano Machado (PSB), de Guaçuí; Rolmar Botechia (PSB) e Hugo Luiz (PP), de Alfredo Chaves; Thiago Bernardo (Podemos) e Wanderley (Agir), de Jerônimo Monteiro; Camarão (PL), de Muqui; Nei Castelari (Podemos), de Rio Novo do Sul; e Toninho Gualhano (PSB), de Bom Jesus do Norte.

Angelica Baptista (Agir), de Bom Jesus do Norte, se resume a prometer “adquirir equipamentos necessários para socorrer as pessoas atingidas por enchentes, como: botes motorizados, coletes salva vidas e outros”.

Outros focam no investimento em energias limpas e renováveis, sem mencionar prevenção a desastres, como Elieser (MDB), de Vargem Alta; Vagner Rodrigues (PP), de Guaçuí; Marciel Malini (Republicanos), de Rio Novo do Sul; Leandro do Hospital (Republicanos), de São José do Calçado; e Carlos Casteglione (PT) e Ferraço (PP), de Cachoeiro.

Entretanto, boa parte dos candidatos apresenta propostas para o meio ambiente em geral, sem tratar diretamente de respostas a desastres naturais e mudanças climáticas.

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