A Orquestra Brasileira de Cantores Cegos vai fazer apresentações gratuitas no Teatro Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), campus de Goiabeiras, da quarta-feira (2) até a sexta-feira (4). O grupo, formado por 16 cantores cegos – acompanhados pelo som de um piano de cauda – trará um repertório formado por 20 canções da tradição oral de diversos cantos do Brasil, que são de domínio público e inéditas para o público em geral.
A organização do evento distribuirá os ingressos uma hora antes das sessões, que começam às 19h30, sendo que nos dias 3 e 4 haverá também às 14h30. “As canções representam a riqueza da oralidade popular brasileira que se perpetua de geração em geração, se prolifera, se desloca, e dá suporte a uma série de atividades de trabalho, de lazer, de festejos, de ninar e de momentos marcantes das comunidades”, afirma a diretora cênica e artística do espetáculo, Rejane Arruda. A Orquestra Brasileira de Cantores Cegos é fruto de uma iniciativa da Associação Sociedade Cultura e Arte (SOCA Brasil) e da Cia Poéticas da Cena Contemporânea.
Pesquisa de campo
A diversidade cultural brasileira está marcada no repertório, construído a partir da pesquisa de campo realizada por Renata Mattar, que percorre o país inteiro registrando cantigas ancestrais. O acervo da pesquisadora começou a ser construído em 1999. O trabalho realizado para a Orquestra dependeu de viagens específicas para buscar novas cantigas, possibilitando registrar memórias de cantos indígenas, cantos de pescadores e outros que ainda não faziam parte do acervo.
Passeio musical pelo Brasil
A orquestra levará para o palco um verdadeiro passeio pelo Brasil, colocando em cena a oralidade popular de norte a sul do país, passando por Alagoas, com as fiadeiras de algodão quilombolas de Arapiraca; pelo Congo do Espírito Santo; pela Bata do Feijão e a Roda Pisada da região da Bacia do Jacuípe (BA); pela Embolada de Sergipe; e pelo Fandango Caiçara, típico do sul de São Paulo e do norte do Paraná.
Mais ritmos
Também estão presentes o Coco, de Alagoas; Canto de Mutirão, do Rio Grande do Sul; Mutirão de Roça, do Maranhão; Congada de Minas Gerais e a Incelença, de Pernambuco. O povo Kalunga de Cavalcanti, em Goiás, está representado com uma Dança de Pares. Os Guaranis da aldeia Marak’anã, residentes no Rio de Janeiro, com uma canção em Tupi.
Equipe
Os arranjos de Tarita de Souza para voz, piano e percussão corporal trazem a marca do hibridismo entre o popular e o erudito. O maestro Thomas Davison, aceitando o desafio de reger pessoas que não enxergam as suas mãos, utiliza-se de estalos de dedos, palmas, batidas dos pés no chão e movimentos que lembram um bailarino brincante, contribuindo para a estética do movimento que o espetáculo apresenta. Os cantores são divididos em sopranos, mezzo-sopranos, contraltos, tenores e baristas.
Acessibilidade
As pessoas com deficiência podem enviar uma mensagem para o número de Whatsapp da organização para reserva de ingressos e alinhamento sobre as condições de acolhimento durante a chegada ao local da apresentação e na acomodação para assistir ao espetáculo. O número é (27) 99609-8181. Recursos de acessibilidade estarão disponíveis e incluem a audiodescrição para pessoas cegas, a presença de intérpretes para fazer a tradução simultânea em Libras e também o espaço sensorial para pessoas no espectro autista.
Combiousa em Piúma
A Combiousa chega a Piúma neste sábado (28) para a realização da Festa Literária Combiousa, que traz atrações gratuitas para o espaço da Escola de Ensino Fundamental Itapuranga. A programação começa com o Sarau Combiousa, das 14h às 17h, com artistas convidados e microfone aberto para quem quiser participar. No domingo (29), no mesmo horário, haverá shows com a Banda Flor, de Vitória, e com Wavilla, de Piúma. Além disso, a Combiousa estará presente nos dois dias com brinquedos e distribuição de algodão doce e pipoca para as crianças.
Africanidades
Será lançado no dia 5 de outubro o livro Africanidades Transatlânticas: Memórias da Umbanda no Espírito Santo, que traz um mapeamento das casas de Umbanda no Estado e textos com relatos de pessoas que fazem parte de sua história. O lançamento do livro, que é organizado por Oswaldo Martins de Oliveira e Cleyde Rodrigues Amorim, será no auditório Manoel Vereza, no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no campus de Goiabeiras.
Candomblé em livro
O Candomblé também estará nas páginas de um livro. No dia 19 de outubro a Yalorisà e Mestra da Cultura popular Mãe Rodilene de Oyá vai lançar a obra Quem é Onira? Atividades para conhecer o Candomblé, às 15h30, na casa de candomblé e centro cultural Ilê Asè Oyá Onira, localizado no bairro Rubem Braga, em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Espírito Santo. Voltado para crianças e adolescentes, o livro conta a história de Oyá Onira, orixá cultuada no rito do candomblé ketu e patrona do Ilê. Conta com atividades para colorir, caça-palavras, um minidicionário em iorubá e uma introdução à cultura de matrizes africanas e ao Candomblé.
Patrimônio vivo
Mãe Rodilene de Oyá é reconhecida em Cachoeiro de Itapemirim como patrimônio vivo, por meio da Lei Mestre João Inácio. O lançamento vai acontecer durante uma tarde cultural que contará com café, pipoca, algodão-doce, pula-pula, piscina de bolinha e contação de história. Todas crianças que estiverem no evento de lançamento receberão um kit contendo um exemplar do livro e giz de cera para colorir. A entrada é gratuita.
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