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Deputada cobra informações do governo sobre acidente em São Mateus

Camila Valadão quer saber das ações adotadas após vazamento de óleo da Seacrest

A deputada estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Camila Valadão (Psol), solicitou que a Assembleia Legislativa encaminhe à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos hídricos (Seama) e ao Instituto de Meio Ambiente e Recurso Hídricos (Iema), um requerimento de informações a respeito das ações adotadas em relação ao acidente com vazamento de óleo ocorrido em um poço de petróleo de Inhambu, da empresa Seacrest, em São Mateus, no norte do Estado.

Ellen Campanharo

A parlamentar questiona quais ações foram adotadas pelo Iema até o momento e quais outras possíveis serão adotadas,e se houve aplicação de multas e seus respectivos valores, além de soliciar o envio do relatório detalhado do Iema sobre o acidente e seus impactos; e se há outros registros de acidentes ambientais ocasionados pela Seacrest e, em caso positivo, enviar os relatórios produzidos.

Com base na matéria publicada por Século Diário sobre o acidente, a parlamentar destacou no documento que o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES) apontou que a causa pode ter sido por problemas no manuseio e que as informações haviam chegado à entidade por meio de vídeos de moradores da própria região. Diz, ainda, com base na mesma matéria, que a entidade contatou a Seacrest para obter informações oficiais, mas a empresa se limitou a dizer que enviaria uma equipe ao local.

O acidente foi no dia 16 de outubro e tem causado apreensão diante de possíveis danos ambientais para a região. A Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) já havia se articulado com Camila Valadão, para cobrar da Seacrest e da gestão do governador Renato Casagrande (PSB) a criação de um plano de emergência diante do vazamento de petróleo do campo de Inhambu.

Reprodução

A coordenadora da Federação, Daniela Meirelles, relata que há três rios na localidade que podem ser atingidos pelo petróleo vazado. Neste caso, haverá o agravamento de um problema já vivido na comunidade, que é a falta de acesso aos recursos hídricos. “É uma região de pequenos agricultores, pescadores artesanais e quilombolas, onde a situação hídrica já é dramática, pois dependem de abastecimento de carro-pipa. Em vez de sanar o problema, ele pode ser piorado”, alerta.

O diretor de Comunicação do Sindipetro, Etory Sperandio recorda que a Seacrest adquiriu, no Governo Bolsonaro (PL), campos da Petrobras no norte do Espírito Santo, sendo 27 no polo Cricaré, cinco no polo Norte Capixaba, além do Terminal Norte Capixaba. Ele afirma que empresas como a Seacrest, ao contrário da Petrobras, que tem mais de 70 anos, não têm expertise na condução de projetos de óleo e gás.  “Foram montadas três anos antes das vendas da Petrobras e usam muito mão de obra terceirizada, que muitas vezes também não tem expertise para esse tipo de trabalho”, afirma.

A empresa está envolvida em outros acidentes ambientais. Em março de 2023, foi responsável pelo vazamento de aproximadamente 1,1 mil litros de petróleo, em Linhares, norte do Estado, no Polo Cricaré. Contudo, não foi multada pelo Iema.

Em nota oficial, a autarquia informou que sua equipe de fiscalização “vistoriou o local onde houve um vazamento em um tanque de armazenamento temporário de óleo bruto (…), atingido uma área estimada em 2000m²”, e que “lavrou auto de intimação determinando a limpeza imediata e a correta destinação dos resíduos”.

Estima-se que o vazamento tenha demorado alguns dias para ser detectado. “O derramamento de óleo ocorreu no município de Linhares, num poço de pequena produção de petróleo, com média de dois barris por dia, o que equivale a 300 litros. Com uma produção tão pequena, o poço deve estar há alguns dias em vazamento, o que promove um alerta ainda maior, visto que não há um mínimo de ações de prevenção e de cuidado por parte da empresa”, declarou na ocasião a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a partir de denúncia do Sindipetro.

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