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Sem diálogo com a comunidade, prefeitura inicia obra do ‘Tancredinho’

Moradores da Jardim da Penha reiteram negligência e lamentam transtornos

Mesmo contra a vontade da comunidade, a gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) deu início às obras do “Tancredinho”, na Praça Regina Frigeri Furno, em Jardim da Penha. A associação de moradores do bairro (Amjap), em nota publicada nas redes sociais, recordou que, apesar das inúmeras tentativas, a Prefeitura de Vitória não estabeleceu o diálogo. “Os moradores de Jardim da Penha, lamentavelmente, conviverão com os transtornos de uma obra da qual não conhecem o projeto e não puderam opinar sobre a melhor forma de atender aos interesses do bairro”, diz o documento.

Leonardo Sá

A nota, afirma a Amjap, “representa o registro da insatisfação de parte da comunidade que se sente desconsiderada e não ouvida”. A entidade destaca que “a participação ativa dos moradores é essencial para que as intervenções em nosso bairro sejam realmente benéficas”, e que “trabalha incansavelmente para buscar soluções que garantam a continuidade dos diversos projetos que acontecem naquela quadra”.

O projeto do “Tancredinho” trata-se de uma quadra coberta, a qual o prefeito descreve como uma miniatura do ginásio de esportes popularmente conhecido como Tancredão, localizado no bairro Mário Cypreste, em Vitória. O coordenador geral da Amjap, Angelo Del Caro, informa que a associação chegou a ser convidada para a assinatura da ordem de serviço, nesta sexta-feira (25), às 18h30, mas deliberou por não ir. “Não daremos aval a algo que não tivemos participação”, aponta.

Leonardo Sá

Os moradores de Jardim da Penha apresentaram em julho último uma proposta para a prefeitura, que foi ignorada. Eles sugeriram a construção do “Tancredinho” na praça Volgano Neto, conhecida como Praça do Carone, que não é muito utilizada pela comunidade, o que, acreditam, poderia ser uma forma de fazer com que o espaço fosse mais frequentado.

Angelo informa que a prefeitura comunicou à associação que os projetos sociais que acontecem na praça Regina Frigeri Furno, com a obra, passariam a ser ofertados na Mata da Praia, mas não detalhou onde. Contudo, a Amjap se articulou com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), para que fossem realizados nos mesmos dias e horários no espaço de inovação da instituição de ensino, nos antigos galpões do IBC, próximo à praça, facilitando a logística das pessoas. Lá serão realizadas as aulas de ginástica e atletismo.

As de futebol serão na praça Volgano Neto. A feirinha, informa Angelo, continuará na Regina Frigeri Furno, pois a obra é na parte central da praça, na quadra. Contudo, acredita que não caberão todas as barraquinhas e food trucks no local, pois na parte que vai em direção à praia, o espaço ficará ocupado por um container que servirá de suporte para os trabalhadores da obra.

“É muito triste. Diversas vezes oficiamos a prefeitura, inclusive para sugerir outro espaço. O diálogo foi negligenciado. Toda obra grande tem que ser dialogada com a comunidade, pois causa impacto, como no trânsito e no cotidiano das pessoas”, reforça Angelo.

A proposta de fazer a obra na Praça do Carone foi debatida em audiência pública no dia 24 de julho, na qual o projeto foi apresentado, mas não na íntegra. A audiência estava prevista para uma semana antes, mas a gestão municipal solicitou adiamento para que antes pudesse discutir o tema com a Amjap, o que culminou em uma reunião com o prefeito dois dias depois, quando o gestor assumiu o compromisso de apresentar o projeto na audiência.

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