Manifestações serão feitas semanalmente, e mobilização na Assembleia continua
Os peritos retomam, na próxima semana, as manifestações de rua e os protestos na Assembleia Legislativa. A decisão foi tomada em assembleias realizadas nas últimas quinta (24) e sexta-feira (25). Os trabalhadores estarão nas galerias da Casa de Leis sempre às segundas-feiras. Na próxima, dia 4 de novembro, eles irão deliberar, após a sessão, sobre onde será o protesto da semana e em qual dia. A ideia é que essa discussão seja feita semanalmente, sempre após as sessões.
O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti, informa que as manifestações de rua poderão ser uma ou duas vezes na semana, mais provavelmente nas quintas ou nas quartas e quintas. Os locais serão na Reta da Penha, Palácio da Fonte Grande, Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos (Seger) e sede da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES).
Tadeu diz, ainda, que a deputada estadual Iriny Lopes (PT) vai se reunir com o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União), para tratar da criação da comissão para discutir o estatuto e a tabela de subsídios da Perícia. A iniciativa partiu do próprio Marcelo Santos, durante a votação do projeto de lei que cria o cargo de oficial de investigado de polícia (OIP). Contudo, até o momento, não foi concretizada.
A situação tem preocupado a categoria. Tadeu destaca que faltam pouco mais de 50 dias para o recesso parlamentar de final de ano, portanto, o estatuto e a tabela de subsídios da categoria devem ser encaminhados para a Assembleia e aprovados nesse período. “A formação da comissão está lenta diante da importância da demanda. A comissão já era para estar formada”, defende o dirigente sindical. Enquanto isso, aponta, os peritos estão “sem legislação própria, sem direitos, sem deveres”. “O que parece é que o Governo do Estado não dá a devida importância para um órgão essencial para resolução dos crimes e para a defesa dos direitos humanos”, avalia.
Além do envio do estatuto e da tabela de subsídios da PCIES para a Assembleia Legislativa, os trabalhadores também vão protestar contra a aprovação do PL de autoria do Executivo que cria o cargo de oficial de investigado de polícia (OIP), já que a proposta repassa para o novo cargo atribuições da Polícia Científica.
No último dia 23, os peritos marcaram presença nas galerias da Assembleia Legislativa. “Eles estão com nariz de palhaço e creio que isso tem relação com o projeto aprovado [de autoria do Executivo]. O avanço de uma categoria não pode significar o retrocesso ou a retirada de direitos de outra”, disse na ocasião a deputada estadual Camila Valadão (Psol), que afirmou que essa situação acaba “jogando uma categoria contra a outra”.
Janete de Sá (PSB) afirmou que “não podemos prejudicar uma categoria em detrimento da outra, já que precisam viver em harmonia, pois fazem trabalhos próximos”. José Esmeraldo (PDT) se manifestou no tocante à valorização salarial. “Fica feio olhar a relação de salários e os peritos lá no fundo do poço. Isso para o governador não é bom. Sou da base do governo, mas não sou subordinado”, disse. Marcelo Santos se dirigiu aos trabalhadores nas galerias e informou que terão que eleger representantes para se reunir com os parlamentares para discutir as demandas da Perícia, mas não apontou data para isso.