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População reclama que não foi ouvida em debate sobre transporte público

A audiência pública que apresentou um novo modelo de concessão para a prestação de serviço dos sistemas Transcol e Intermunicipal na Grande Vitória, realizada nesta quarta-feira (7), foi marcada pela forte insatisfação da população. Eles criticaram que o governo apresentou apenas um modelo de edital, não dando oportunidade para o debate. 
 
 
O modelo apresentado pelo Estado prevê a licitação em dois lotes, um com 166 linhas e sublinhas e outro com 157 linhas e sublinhas. Já as empresas que deverão comandar o serviço serão escolhidas através da melhor técnica e melhor preço por quilômetro. 
 
Segundo a Secretaria de Transporte e Obras Públicas, esse serviço poderá ser prestado por uma empresa isolada ou por um consórcio que terá a responsabilidade pelos custos operacionais, bilhetagem, monitoramento da operação, videomonitoramente, limpeza e vigilância dos terminais. 
 
Já a tarifa cobrada será baseada no número de passageiros versus custo por quilômetro e na taxa fixada pelo governo do Estado (contrapartida). 
 
A promessa do Estado é de melhoria da qualidade dos veículos, conforto, ar condicionado, controle e monitoramente das viagens, entre outros.  O governo afirmou ainda que todo modelo de licitação foi baseado na integração com o sistema BRT, que prevê faixas exclusivas para o transporte coletivo nos principais corredores viários da Grande Vitória. 
 
O ponto chave, entretanto, é que essas questões não foram discutidas com a sociedade. A insatisfação da população pode ser percebia durante a audiência pública. “Ninguém perguntou até agora o que nós queremos para o transporte público. A gente não quer licitação, nós queremos um sistema público de transporte coletivo. Mais uma vez, vocês apresentaram um projeto pronto, com uma linguagem que só técnico entende”, cobrou Nayara Abdalla, do DCE da Ufes. 
 
“Quero entender porque o governo optou por esse tipo de mobilidade”, disse o presidente da Associação de Moradores da Mata da Praia, Sandoval Zigoni Junior, se referindo ao BRT.
 
Para Fábio Giori, do Movimento Popular, é preciso, sobretudo, alterar a modelagem das audiência pública realizadas no Estado. “Hoje somos a maioria em detrimento de quatro pessoas que ocupam a mesa. E, mesmo assim, não somos ouvidos. Não queremos isso, queremos um debate deliberativo e não apenas consultivo”, ressaltou. 
 
O Secretário de Transporte e Obras Públicas, Fábio Ney Damasceno, afirmou que as respostas aos questionamentos serão enviados por email. Já sobre o Estado tomar conta do transporte público ele afirmou que para isso seria preciso tirar recursos de outras áreas, como saúde e educação, o que seria inviável. 
 
Atualmente os sistemas atendem 46% da população total no Estado e 57% da população urbana no Espírito Santo e, segundo ele, haverá melhoramentos na qualidade do transporte, segurança, venda de bilhetes, entre outros.
 
A audiência foi conduzida por Fábio Ney Damasceno e contou com o apoio do diretor presidente da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), Léo Carlos Cruz.
 
Manifestantes
 
Os movimentos populares também marcaram presença na audiência e durante todo o debate cobraram tarifa zero tanto para o aquáviário quanto para o sistema de transporte coletivo terrestre. 
 
Com frases de efeito, eles voltaram a cobrar tarifa zero, o fim da Ceturb, o fim cobrança do pedágio da Terceira Ponte e a gestão do transporte público coletivo pelo Estado.

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