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Lordose para Leão estreia novo disco em show histórico no Parque Moscoso

Novo álbum resgata composições de Sandro Letaif, parceiro musical de longa data

Uma das bandas mais longevas em atividade no Espírito Santo, o Lordose para Leão fará o show de estreia de seu sexto álbum de estúdio, intitulado Lordose canta Letaif – novos meios de usurpar. A banda agora revive suas raízes em um show aberto ao público como não acontecia há anos, no próximo dia 22, sexta-feira, às 19h, em um palco também inédito, a Concha Acústica do Parque Moscoso, no Centro de Vitória.

A produção é um tributo ao publicitário, músico, compositor e amigo de longa data, Sandro Letaif, com quem o grupo mantém uma troca artística desde os primeiros anos de trajetória durante a década de 1990 no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Estado (Ufes), regados a rock, guitarra, vinho, e letras contestadoras.

Com repertório de canções inéditas, o grupo resgata a obra de Letaif, autor de Somos nada que interessa, no disco Todo Mundo está Feliz Aqui na Terra e Profecia, gravada pela primeira vez na Demo Tape Uma Coisa Ruim, de 1992, e regravada em Tenho que Vomitar Meu Cérebro, disco de 2010 que antecede Lordose canta Letaif.

Produzido musicalmente por Fábio Mozine, o álbum incorpora a intensidade e energia do Lordose às composições do artista, marcadas por trazerem letras de fácil assimilação e melodias simples de cantar e decorar, define o vocalista Sérgio Nascimento, conhecido como Serjão, integrante ininterrupto.

 “É um compositor que não registrou as músicas em nenhuma plataforma, então o repertório é absolutamente inédito, apesar de algumas músicas datarem mais de 30 anos. Nós sempre tivemos uma afinidade musical, uma identificação com o humor do Sandro Letaif, e somos admiradores das músicas e das letras, então o disco apresenta esse tributo à poesia dele com a assinatura sonora do Lordose nas vozes, backing vocals e metais”, descreve.

A apresentação, considerada pelos integrantes da banda como uma das mais marcantes nos últimos 15 anos de carreira, traz uma fusão de faixas do novo disco com clássicos aguardados pelo público, como Sábado à Noite, Jullyetsh e Homem Pássaro, e interpretações como Filme de Terror, de Sérgio Sampaio e Frevo Mulher, de Zé Ramalho, além de Ananias e o Cavalo, uma colaboração entre a banda e o artista paraibano.

A banda pretende levar o novo álbum em uma possível turnê nacional e planeja lançar um trabalho especial para comemorar os 30 anos de seu primeiro disco, Os Pássaros Não Calçam a Rua, de 1996, considerado um dos mais emblemáticos da cena capixaba pelo o jornalista José Roberto Santos Neves, em seu livro Os Sons Da Memória (2022).

“O novo show está afiado e esperamos que abra oportunidades, a gente quer tocar, a agenda está aberta, onde nos chamarem, nós vamos!”, anunciou Serjão. Em 33 anos de estrada, ele destaca que a grande motivação do Lordose para Leão é o prazer de estar junto como banda e o amor pela música e pela experiência de continuar a se apresentar para o público. “O fato de gostarmos do que construímos, ter achado uma identidade musical que faz com que as pessoas já entendam a nossa assinatura, desperta essa vontade de replicar esses processos cada vez mais. É uma vida legal”, reflete.

Além de Serjão, o fundador e vocalista Adolfo Oleari e o baterista Márcio Vaccari fazem parte da formação original que continua em atividade, acompanhados pelo guitarrista Felipe, o baixista Wagner Fabbri e o trio de metais de Aguinaldo Roberto (Trombone), Luciano Cruz (Saxofone) e Breno Lepaus (Trompete), que completam a banda atual.

Parcerias

Com dez faixas, Lordose canta Letaif – Novos meios de usurpar traz produções fruto da parceria entre Letaif e fundadores do Lordose. Renato Liberato assina As flores do jardim da nossa casa 2, Meu quintal e Os ratos são humanos; Alex Pandini é coautor da canção Aberrassom; e Serjão e o parceiro musical Luiz Guilherme Barcellos colaboram na criação dos versos de Inconfidentes banguelas. “A música é uma aplicação de comunicação comparada, que compara os mártires, Jesus Cristo e Tiradentes, e inclusive batizou a banda do Letaif na época”, compartilha Serjão.

No single Os Ratos São Humanos, o grupo canta sobre a alta sociedade que se alimenta da desigualdade e é salva por seus capatazes. Em Fabito, a crítica é direcionada ao momento político atual, acusando os representantes da população que se aproveitam de seus cargos para benefícios próprios, com vidas de luxo e cinismo. Aberrassom, escrito em um guardanapo de bar, traz “frases surreais” e uma melodia que surgiu de forma espontânea. A sonoridade do disco apresenta uma fusão entre guitarras distorcidas e metais, mantendo o estilo característico do Lordose para Leão.

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