Mais: oficinas do bloco; apresentação de Abebê; e livro sobre cineclubismo
O Carnaval 2025 bate na porta e o AfroKizomba, que já se tornou tradicional no desfile de blocos do Centro de Vitória, anuncia no dia 1º de dezembro o tema da próxima folia. O anúncio será no encerramento de um ciclo de formação que começa no dia 25 e acontecerá na Casa Caipora, no Centro. Além da divulgação do tema, haverá apresentação do bloco e outras atrações culturais que ainda serão programadas.
Durante o ciclo de formação, que é aberto ao público, serão realizadas oficinas, que terão de 15 a 20 vagas, seminário e palestras. As inscrições podem ser feitas neste link. O público prioritário são pessoas pretas, transexuais e não binárias. Segundo a diretora de Comunicação do AfroKizomba, Meuri Ribeiro, a ideia é que o público entenda o bloco “para além da avenida”. “O AfroKizomba é valorização da cultura negra, composto por artistas, pesquisadores, acadêmicos. Queremos que o público entenda quem faz, quem organiza, colocar o negro no campo intelectual, promovendo a troca de saberes”, ressalta.
Mais sobre o encerramento
Além do anúncio do tema do Carnaval 2025 e da apresentação do bloco AfroKizomba, a festa de encerramento contará com DJs, exposição fotográfica e de pinturas. Os artistas que participarão são Fernanda Freitas, Sarah Silva e Lucas Senna. A exposição tem curadoria de Ian Silvares.
Oficinas
Nos próximos dias 25 e 26, das 15h às 17h, a programação do ciclo de formação contará com a oficina Técnica de Criatividade, Ilustração e Narrativas, ministrada por Eredah, que falará de pintura e desenho na perspectiva da produção. No primeiro dia, a oficina será teórica, no segundo, prática. Acontecerão, ainda, outra duas oficinas, no sábado (30): percussão e dança afro. A primeira será das 14h às 16h, com Thais Almeida e Gustavo Romano. A de dança afro, com Danilo dos Anjos, das 16h às 18h.
Debates
Na quarta-feira (26), ainda na programação do ciclo de formação, haverá palestra sobre comunicação não violenta em coletivos e espaços com diversidade, das 15h30 às 17h30. Quem apresentará o tema serão as artistas ballroom Axé Bonekety e Mother Ronalda Bonekety, que abordarão como se comunicar dentro do próprio coletivo. O tema Indumentária de Candomblé Ketu, das origens à contemporaneidade, será debatido por Clésio Júnior, integrante do AfroKizomba, no dia 29, das 19h30 às 21h30. Um dia antes, das 19h30 às 22h30, acontecerá o Seminário de Cultura Afro Capixaba, com mediação de Douglas Santos.
Dança Afro em Fundão
Danilo dos Anjos, que dará o oficina de dança afro no evento do AfroKizomba, também fará a mesma atividade neste domingo (17), na Casa Thelema, em Fundão. A participação é gratuita e ainda dá tempo de se inscrever. Basta entrar em contato pelo WhatsApp (27) 99881-9731. A oficina será das 9h às 11h30. Segundo o bailarino, como a Casa Thelema fica em frente ao mar de Praia Grande, muitos movimentos irão remeter à água.
Abebê
Para quem gosta de dança afro, outra boa pedida é o espetáculo Abebê, da Cia NegraÔ. A Companhia de dança fará uma apresentação gratuita, às 20h, nesta terça-feira (19), no Museu Capixaba do Negro (Mucane). Abebê revisita os 30 anos da Cia NegraÔ, apresentados a partir do espelho de Oxum. O espetáculo já foi para diversos estados do Brasil por meio do Palco Giratório, projeto do Sesc, com apresentações no Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Cineclubismo
O professor e pesquisador Nathan Moretto lançou o livro Cineclubes Capixabas: Resistências para Adiar o Fim do Mundo, com relatos de experiências culturais comunitárias. A obra está disponível para venda por R$ 40,00 no site da Editora Cousa, que lança o livro em parceria com a Editora Cigana. A obra traz relatos dos cineclubes Afoxé, Colorado, Ecosocial, El Caracol, Metrópolis, Montanha Sagrada, Nome Provisório e Valente, oriundos de municípios da Região Metropolitana e interior do Estado, trazendo experiências distintas, com organização em escolas, universidades, bairros ou comunidades rurais, trazendo diferentes temáticas ou motivações.
Cineclubismo II
Nathan ressalta que o livro é uma obra coletiva que fala um pouco sobre a importância dos cineclubes capixabas e a contribuição destes espaços para a formação cultural e cinematográfica no Espírito Santo. “Ao reunir os relatos, o objetivo foi valorizar a memória dos cineclubes e destacar o papel fundamental que eles desempenharam na democratização do acesso ao cinema, na promoção do pensamento crítico e na construção de uma comunidade engajada e reflexiva em torno do cinema”, diz o organizador.
Cineclubismo III
Os cineclubes, aponta Nathan “desafiam o cinema convencional e abrem espaço para filmes que fogem do padrão imposto. Então cada página do livro é um convite ao encontro comunitário em que arte e educação se fundem”. O título da obra traz como inspiração o pensador indígena Ailton Krenak, que afirma que nosso tempo é especialista em ausências, quando se refere à vida contemporânea. Mas apesar disso, também há quem provoque e promova encantamentos. “Num tempo em que se fabricam ausências, os cineclubes capixabas emergem como constelações de esperanças, onde dança, canto e histórias se entrelaçam para criar novos mundos”, diz Nathan.
Prazo irrisório
A gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) abriu, nessa quarta-feira (13), as inscrições para os editais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB). As inscrições durarão, pasmem, míseros 14 dias, pois findam no dia 27. Portanto, os artistas têm apenas duas semanas para escrever projetos, juntar a documentação necessária, efetuar as inscrições em um contexto que é comum à maioria deles, que é de muita ralação e tempo ocupado por inúmeras atividades, inclusive, para garantir sua sobrevivência. Seria de fato uma política de valorização e democratização da cultura ou um fazer por fazer para ninguém dizer que não fez?
Até a próxima coluna!
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