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Feliz (?) Natal!

Os prefeitos e os abonos: Pazolini reduz valor; Euclério sobe; e Vidigal e Arnaldinho, nada!

Leonardo Sá/Redes Sociais

Em ano pré-eleitoral, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), em uma jogada de última hora na Câmara de Vereadores, resolveu mais que dobrar o valor do abono natalino, numa tentativa de amenizar insatisfações do funcionalismo, resultado de sucessivas medidas prejudiciais, como desvalorização, perdas salariais e falta de diálogo. O valor fechou em R$ 2,5 mil, depositado junto com a folha do mês. Agora, já reeleito, o total diminuiu para R$ 1,5 mil, com pagamento no tíquete-alimentação, e somente na primeira quinzena de janeiro, ou seja, um abono natalino para depois do Natal! A mudança é alvo de insatisfações em comentários nas redes sociais, com outra cobrança: cadê a verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), para o abono específico dessas categorias? Em Cariacica, o fundo que não apareceu na Capital foi, pelo contrário, o ponto alto do anúncio do prefeito, Euclério Sampaio (MDB). Ele vai pagar R$ 6 mil aos profissionais da educação ainda este mês. Os demais servidores receberão o tíquete triplicado – de dezembro (R$ 600) e mais dois (R$ 1,2 mil). Em 2023, primeiro, Euclério disse que não pagaria abono, depois, diante das reações, resolveu pagar o tíquete dobrado. Enquanto o assunto corre em alguns municípios, em outros, os servidores seguem na expectativa. Em Vila Velha, que vive os efeitos da polêmica dos aumentos salariais do prefeito, Arnaldinho Borgo (Podemos), do vice eleito, Cael Linhalis (PSB), e do secretariado, os servidores protestam e cobram valorização. Há um ano, o abono pago foi de R$ 1 mil. Este ano, até agora, nada, mas ainda há esperança! O mesmo não se pode dizer da Serra, onde o cenário ainda é desolador para o funcionalismo municipal. Sergio Vidigal (PDT) não pagou abono antes e já avisou que não vai pagar agora.

Confetes

Na Capital, Pazolini arrumou toda uma cena para anunciar o “abono de Natal que será pago depois do Natal”. Fez isso ao lado dos dirigentes da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio), do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Estado (Sindbares) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que jogaram confete e exaltaram os “benefícios para a economia”. Detalhe: nenhum representante dos servidores!

Segue…

A única exceção no modelo de pagamento em Vitória será dos servidores inativos, que receberão os R$ 1,5 mil em folha suplementar. Os profissionais em Designação Temporária (DTs) também colocaram a boca no trombone: os contratos que acabam em dezembro não receberão o abono? É isso, mesmo, Pazola?

Recalculou a rota

O abono de Euclério para a Educação também não foi só oba-oba. Inicialmente, ele anunciou o pagamento de R$ 6 mil apenas para os professores. Os demais profissionais da área reclamaram, com razão, e o prefeito ampliou, o que atinge mais de 5 mil servidores, contratados e efetivos.

Vetou, mas…

Em Vila Velha, a bronca tem outro enredo, já que a expectativa do abono ocorre na esteira do aumento em quase 90% dos salários prefeito, do vice e do secretariado. Arnaldinho quis se livrar de desgaste e vetou o projeto, de autoria da Mesa Diretora da Câmara, mas também não interviu em sua base, que é a maioria do plenário. Resultado: os vereadores derrubaram o veto.

Vetou, mas II…

O contexto acentuou as cobranças do sindicato dos servidores (Sinfais) por valorização, com anúncio de mover uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para barrar os aumentos. A entidade diz que o prefeito deveria ter feito isso, mas lavou as mãos.

Boladas

Em Cariacica, os salários da cúpula da gestão também foram elevados pela Câmara neste mês, depois do anúncio dos abonos, o que, aparentemente, minimizou as reações. Mas não deveria! É o segundo aumento em pouco tempo. Caso o prefeito sancione o projeto atual, passará a receber nada menos do que R$ 27 mil. Ele começou o mandato com R$ 13,8 mil e hoje recebe R$ 23,1 mil – reajuste concedido, aqui, por iniciativa própria.

Controvérsias

E o que alega Vidigal, por tantas negativas em conceder abono natalino aos servidores da Serra? Em 2023, o prefeito colocou no contraponto o aumento fixo do tíquete. Este ano, atribui à proibição imposta em ano eleitoral e fim de mandato, embora outros prefeitos na mesma situação pensem o oposto. No caso do Fundeb, diz que não há sobra.

Nem ‘tchun’

Para evitar que os servidores ficassem de novo de “mãos abanando”, o sindicato representativo (Semus) fez vários pedidos por abono e reajustes à gestão de Vidigal nesse último semestre, sem êxito.

Blocos

No Estado, como já citado aqui na coluna, os profissionais da Educação vão receber R$ 3,8 mil do governo – em 2023, foram R$ 1,5 mil -, enquanto os demais profissionais R$ 1 mil novamente – a reivindicação também era pelo aumento do valor.

Nas redes

“É com muita alegria que anunciamos o abono natalino para os mais de 16.500 servidores da nossa cidade! Um investimento de quase R$ 25 milhões, que vai aquecer o comércio, fortalecer a economia e deixar as famílias ainda mais felizes neste fim de ano (…)”. Pazolini, prefeito de Vitória.

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