Sesa alerta para aumento de casos de arboviroses; dengue já soma mais de 157 mil registros
O Espírito Santo tem registrado um aumento significativo no número de casos de arboviroses ao longo de 2024. A dengue é a principal preocupação, com 156,7 mil casos prováveis até o momento e 41 óbitos confirmados. A incidência da doença é de 6,1 mil casos por 100 mil habitantes, entre 31 de dezembro de 2023 e 7 de dezembro de 2024, superando a média nacional, que é de 3,5 mil casos por 100 mil habitantes, conforme dados do painel de monitoramento do Ministério da Saúde. O número de casos notificados de dengue cresceu 29,4% em comparação ao ano anterior, quando o Espírito Santo registrou 136,5 mil casos e uma incidência de 3,3 mil por 100 mil habitantes, a maior do Brasil em 2023.
Entre os municípios capixabas, a região metropolitana concentra o maior número de casos de dengue confirmados, com Serra liderando o ranking desde 2023. De acordo com o Painel de Monitoramento da Dengue no Espírito Santo, a cidade registrou mais de 19,5 mil casos este ano, seguida por Vitória (17,9 mil) e Vila Velha (16 mil). Em 2023, a Serra contabilizou 26,4 mil casos, enquanto Vitória teve 19,5 mil e Vila Velha 14,7 mil.
Os maiores números de óbitos por dengue no Espírito Santo foram registrados nas cidades de Linhares, com nove mortes, e Aracruz, com cinco. Em seguida, Afonso Cláudio, Anchieta, Ecoporanga, São Mateus, Serra e Vitória registraram dois óbitos cada. Barra de São Francisco, Brejetuba, Cariacica, Domingos Martins, Dores do Rio Preto, Ibitirama, Itarana, Laranja da Terra, Muqui, Nova Venécia, Santa Maria de Jetibá, São Gabriel da Palha, São Roque do Canaã, Sooretama e Vila Velha tiveram um óbito cada.
Incidência de arboviroses
Além da dengue, o Estado também concentra um elevado número de casos de febre do Oropouche. Dos 10,9 mil casos registrados no Brasil, o Espírito Santo responde por 2,8 mil confirmados no sistema e-SUS Vigilância em Saúde. A Secretaria de Saúde (Sesa) confirmou o primeiro óbito causado pelo vírus Oropouche, uma mulher de 61 anos, residente de Fundão, falecida em 28 de agosto. O óbito foi confirmado nessa semana, após análise laboratorial.
Outros três óbitos pelo vírus Oropouche foram confirmados no Brasil, com dois no estado da Bahia e um óbito fetal em Pernambuco. A Sesa alerta para uma nova onda epidemiológica de Oropouche, com maior prevalência na região Sudeste. O Espírito Santo foi um dos primeiros estados fora da região amazônica a registrar a circulação do vírus, ainda em abril de 2024.
A Sesa destacou os cuidados necessários para gestantes, após identificar a transmissão vertical do vírus Oropouche em quatro casos no Estado, incluindo um recém-nascido com má-formação congênita. A orientação é que gestantes evitem áreas com o mosquito transmissor e, caso não seja possível, usem roupas de manga longa e repelentes indicados para grávidas. Em julho, a Sesa enviou a Nota Técnica Nº 10/2024 aos municípios capixabas, detalhando a vigilância da transmissão vertical e a importância da testagem molecular e notificação de casos suspeitos para monitoramento e prevenção da doença.
Em relação ao Zika, o Espírito Santo registrou 560 casos prováveis, com uma taxa de incidência de 14,6 por 100 mil habitantes, estando entre os estados com maior índice no país. O coeficiente nacional é de 3 por 100 mil. Em 2023, havia registrado 3,3 mil casos de zika, com uma incidência de 11,6 mil casos no Brasil. O Espírito Santo ficou atrás apenas de Rio Grande do Norte, Amapá e Acre em termos de incidência.
O Estado também tem enfrentado um aumento nos casos de chikungunya. Até o momento, foram registrados 22,3 mil casos prováveis, o que representa um aumento de 23,9% em relação a 2023, quando foram 18,3 mil casos. O Espírito Santo ocupa a terceira maior taxa de incidência nacional, com 353,7 casos por 100 mil habitantes, ficando atrás de Minas Gerais e Mato Grosso. A média nacional de incidência é de 130,6 casos por 100 mil habitantes. O Estado também registrou seis óbitos confirmados entre os 211 registrados no Brasil.
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) alerta para a continuidade do risco elevado, epecialmente na temporada de verão, e reforça a importância da prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A população é recomendada a redobrar os cuidados e buscar atendimento médico ao apresentar sintomas das doenças.