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Cachoeiro terá demissão em massa de servidores comissionados

Júnior Corrêa afirma que efetivos terão que adiar férias e trabalhar “de manhã, tarde e noite”

Divulgação

Duas entrevistas recentes concedidas por Júnior Corrêa (Novo), vice-prefeito eleito de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, tem provocado alvoroço entre o funcionalismo municipal. Segundo Corrêa, mais de 3 mil servidores que ocupam cargos comissionados no município terão que ser exonerados junto ao encerramento do mandato do prefeito Victor Coelho (PSB), e funcionários efetivos terão férias suspensas para compensar a baixa na mão de obra.

“Nesse início de mandato, a gente vai precisar muito de todos fazendo um mutirão mesmo. É de manhã, de tarde e de noite para fazer as contratações, as nomeações. Já estamos estudando com o Tribunal de Contas um contrato emergencial”, afirmou Corrêa em entrevista para a Rádio Cachoeiro FM, nessa segunda-feira (16).

O vice-prefeito prefeito eleito já havia abordado o assunto em uma entrevista para o jornalista Toninho Carlos, realizada na semana passada. Na ocasião, ele destacou que Cachoeiro tem 2,6 mil servidores efetivos e quase 4 mil comissionados. Somente na Secretaria Municipal de Manutenção e Serviços (Semmat), afirma o vice eleito, pasta comandada até o início do ano por Lorena Vasques (PSB), candidata a prefeita apoiado por Victor Coelho, existem 600 funcionários, enquanto outras secretarias estariam sucateadas.

Na entrevista para a Rádio Cachoeiro, Corrêa – que será o gerente-geral na gestão do prefeito Theodorico Ferraço – defendeu que os comissionados serão exonerados em massa porque os processos seletivos da grande maioria se encerra em 31 de dezembro, culpando, assim, o atual prefeito pela situação. Ele aponta que a equipe de transição atua para viabilizar contratações emergenciais. Posteriormente, serão empossados os aprovados no concurso público deste ano e haverá novos concursos, um processo que deverá se estender por alguns meses.

“A gente vai ter que se organizar e, querendo ou não, é uma parcela de sacrifício que nós já tínhamos falado. Nós não podemos reclamar. É sangue, suor e lágrimas nesses primeiros meses. Então, esse servidor efetivo que, neste momento, é essencial para nós, principalmente na parte de contratação, infelizmente a gente vai ter que contar com você nesse momento. É por uma boa causa. É para o bom funcionamento do município”, comentou.

De acordo com informações apuradas por Século Diário, alguns servidores com férias previstas para janeiro já foram informados de que precisarão adiar o período de descanso. Também pegou mal entre os servidores o apelo do vice-prefeito para que o funcionalismo aceite passivamente pagar a conta da exoneração dos comissionados, e há um grande temor de que ocorra a paralisação de serviços essenciais.

Como o próprio Júnior Corrêa falou na entrevista dessa segunda-feira, a Secretaria de Educação foi a única pasta que lançou um processo seletivo no fim deste ano a pedido da equipe de transição. Não ficou claro, pelas declarações do vice-prefeito, o motivo de não ter sido solicitado que o mesmo procedimento ocorresse nas demais secretarias.

Durante a entrevista, Corrêa criticou a gestão de Victor Coelho pelo prazo dado para os processos seletivos se encerrarem em 31 de dezembro, mas tratou como normal o processo de exoneração e contratação de novos servidores com a transição de mandato.

“Cargo em comissão é cargo de confiança. Então é natural, e é legal, que no dia 31 de cada mandato seja exonerado para que o novo governo possa nomear. Isso não é algo que é um governo ou outro que faz. Todo governo é assim. Toda mudança de governo é assim, e todo mundo sabe. Agora, uma coisa que não é de praxe, muito pelo contrário, é servidores contratados (…) para serviços essenciais. E são esses serviços que estão com os seus contratos em vias de serem cancelados”, criticou.

Século Diário procurou a equipe de transição de governo de Cachoeiro para mais esclarecimentos sobre as falas de Júnior Corrêa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Também não houve retorno do Sindicato dos Servidores Públicos de Cachoeiro (Sindimunicipal) a respeito de um posicionamento da entidade sobre a questão.

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