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Erica Neves toma posse administrativa como presidente da OAB

Advogada inicia gestão no próximo dia 1º, após derrotar José Carlos Rizk Filho

Eleita em novembro passado a primeira mulher a presidir a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), Erica Neves tomou posse administrativa nesta sexta-feira (27), para início do mandato no próximo dia 1º. O ato foi conduzido pela atual vice-presidente, Anabela Galvão, em reunião extraordinária na sede da seccional, no Centro de Vitória.

Erica permanecerá no cargo até 31 de dezembro de 2027. Ela derrotou seu adversário, José Carlos Rizk Filho, por 53,08% dos votos contra 32,59%, em uma campanha marcada por troca de acusações, embates e ações judiciais, clima afastado por Anabela, que também foi candidata à reeleição, durante o ato desta sexta.

“Desejo muito que vocês façam o bem pela advocacia. Vocês irão receber essa casa em pleno funcionamento e com excelentes colaboradores. Tenho certeza que darão continuidade com seus projetos em prol da nossa classe e realizarão um excelente trabalho. Desejo sucesso e sei que vocês saberão conduzir essa casa muito bem”, destacou.

Já Erica Neves reforçou seu projeto e perspectivas. “Essa conquista não é minha, é de um grupo. Isso nos dá tranquilidade que teremos anos muito prósperos. Nós temos uma responsabilidade muito grande com a gestão do futuro da advocacia. A nossa equipe está bem preparada e todas as decisões em primeiro serão pela advocacia. Quero entregar três anos com avanços diferentes”, projetou.

Além da futura presidente, tomaram posse a nova diretoria, composta por seu vice, Carlos Augusto Motta Leal; o secretário-geral, Eduardo Santos Sarlo; a secretária-geral adjunta, Camila Brunhara Biazati Helal; e o tesoureiro, José Antônio Neffa Junior. E, ainda, a presidente eleita da Caixa de Assistência dos Advogados do Espírito Santo (CAAES), Kelly Cristina Andrade do Rosário Ferreira; o vice-presidente, Julio César Nonato Viana; o 1º Secretário, Pedro Henrique Martins Pires; a 2ª Secretária, Juliane Borlini Coutinho, e o tesoureiro, William Paterlini Filho.

Camila Brunhara, Neffa Junior, Erica Neves e Eduardo Sarlo. Foto: Redes Sociais

Uma das primeiras questões da gestão de Erica e que tem gerado movimentações da categoria, será a escolha do próximo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) pelo Quinto Constitucional. A disputa registra capítulos polêmicos e também foi parar na Justiça, o que adiou a decisão para o próximo ano, contra a vontade de José Carlos Rizk Filho, que liderou a disputa.

Os desembargadores serão os responsáveis por escolher a lista tríplice para ser submetida à decisão final do governador, Renato Casagrande (PSB). Caso o pleito judicial da advogada Lucia Roriz seja acatado, anulando a lista sêxtupla eleita pelo Conselho Seccional da Ordem, o processo podeeá retornar à OAB, para nova votação.

Ela aponta “arbitrariedade” na escolha do Conselho, “desrespeito à paridade de gênero”, e que a votação não refletiu a escolha da classe e foi “secreta”, comprometendo a “transparência e a publicidade”. Hoje, compõem a lista sêxtupla Vinícius Pinheiro, Adriano Pedra, Alexandre Puppim, Erfen Ribeiro, Américo Mignone e Sara Merçon.

Guerra eleitoral

A vitória de Erica Neves à OAB consolidou o avanço da oposição e o desgaste da atual gestão, invertendo o cenário da eleição passada, quando Rizk derrotou a advogada. Também disputou o pleito deste ano o advogado Ben-Hur Farina, que marcou 14,3% dos votos.

A eleição chegou a ter um quarto candidato, José Carlos Neffa Junior, que se uniu a Erica na reta final do pleito, estratégia que logrou êxito. Ele aderiu ao projeto como candidato a tesoureiro e sua então vice, Elisa Galante, como conselheira federal.

Por outro lado, terminaram frustradas as investidas das duas chapas concorrentes no caso da gravação atribuída à advogada de uma conversa com um representante da empresa Codonal Serviços e Administração Ldta, que tem contrato com a OAB.

O caso veio à tona, primeiro, pela chapa de Rizk, que divulgou um vídeo editado com alguns trechos da reunião, amplamente propagado entre a categoria e nas redes sociais. O mesmo grupo contratou um laudo pericial para atestar a voz como sendo de Erica e apontar ausência de “edições fraudulentas, bem como de evidências da utilização de inteligência artificial”.

Depois, foi Ben-Hur quem explorou a gravação, ao protocolar notícia-crime na Polícia Federal (PF) para investigação a Erica por mais de oito crimes, e pedir a cassação do registro da candidatura à Presidência da Chapa 10 à Comissão Eleitoral da OAB.

Erica reagiu às acusações sempre com negativas e apontando “fake news”, “discurso de ódio” e “baixaria”. Ela processou Rizk na Justiça.

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