O ex-presidente da ex-Aracruz Celulose (hoje Fibria), Carlos Augusto Lira Aguiar, e mais 15 acusados de participação nas perdas bilionárias da companhia se comprometeram a pagar multa e se livraram de um processo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo as informações do jornal Valor Econômico, o acordo pode ultrapassar a casa dos R$ 13 milhões.
Dos 16 acusados, 15 concordaram em pagar R$ 800 mil cada para dar fim ao processo, enquanto Carlos Aguiar terá que desembolsar R$ 1,2 milhão para evitar sanções que poderiam chegar até a suspensão de atuar no mercado financeiro. Apenas o ex-diretor de Relação com Investidores da empresa, Ivan Zagury, que não apresentou proposta e deve ser processado pelo órgão antitruste.
Segundo o Valor, os recursos provenientes dos acordos serão divididos entre a CVM e o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. Uma vez que havia a possibilidade até da abertura de uma ação coletiva contra os acusados por conta da atuação conjunta da comissão e do Ministério Público Federal (MPF).
Constam na ação os nomes de Luciano Soares, Valdir Roque, João César de Queiroz Tourinho, Isaac Selim Sutton, Mauro Agonilha, Sérgio Duarte Pinheiro, Luiz Aranha Corrêa do Lago, Raul Calfat, Carlos Alberto Vieira, João Carlos Chede, Ernane Galvêas, Haakon Lorentzen, Eliezer Batista da Silva e Alexandre Silva D'Ambrósio e Jorge Eduardo Martins Moraes.
Essa não foi a primeira proposta de acordo entre os acusados. No ano de 2010, eles ofereceram cada um R$ 200 mil e Aguiar, R$ 400 mil, para dar cabo ao processo. Na época, a oferta foi recusada pelo colegiado da CVM. A assinatura do termo de compromisso significa a extinção do processo sem que seja presumida a culpa pelo episódio.
Durante a crise financeira internacional, no último trimestre de 2008, a Aracruz Celulose registrou um prejuízo de R$ 4,6 bilhões em operações com derivativos cambiais. Por conta das pernas, a companhia quase foi à falência e acabou sendo alvo de uma fusão com o Grupo Votorantin que resultou na criação da Fibria Celulose.