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Mortes por intervenção policial aumentaram no Espírito Santo em 2024

Foram registrados 73 casos. Em 2023 foram 58, portanto, um aumento de 15 mortes

Alexandre Bizinoto

Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), operado pelo Ministério da Justiça, apontou um aumento no número de mortes por intervenção policial no Espírito Santo em 2024. No ano passado foram registrados 73 casos. Em 2023 foram 58, portanto, houve um aumento de 15 mortes. Os números de 2024 colocam o estado em 18º lugar no ranking.

Em primeiro lugar está a Bahia, com 1,5 mil casos. Em seguida vem São Paulo (749), Rio de Janeiro (659), Pará (593), Goiás (387), Paraná (304), Mato Grosso (214), Minas Gerais (192), Ceará (189), Sergipe (145), Amapá (137), Rio Grande do Sul (135), Rio Grande do Norte (89), Mato Grosso do Sul (86), Santa Catarina (78) e Maranhão e Alagoas, ambos com 76. Abaixo do Espírito Santo estão Pernambuco (64), Paraíba (56), Tocantins (49), Amazonas (43), Distrito Federal (28), Piauí (25), Acre (11), Roraima (7) e Rondônia (6).

Para o militante do Movimento Nacional de Direitos Humanos no Espírito Santo (MNDH/ES), Gilmar Ferreira, o aumento de mortes em intervenções policiais mostra que “a lógica do confronto não é a metodologia para redução da violência, não diminuindo a violência estatal”. Diz, ainda, que “a política estatal do confronto” é perceptível até mesmo na fala das autoridades.

No que diz respeito a esse tipo de fala, Gilmar exemplifica com uma afirmação feita pelo comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo (PM/ES), coronel Douglas Caus, que, em março de 2024, disse que bandidos iriam “sair daqui presos ou no saco preto”. A fala foi feita na ocasião da invasão de estabelecimentos comerciais de familiares de uma policial, como retaliação a ela, em Santa Rita, Vila Velha.

Gilmar também destaca que há relatos nas comunidades de que em casos de morte por intervenção policial a corporação retira os corpos do local para encaminhar ao Departamento Médico Legal (DML), o que altera a cena do crime. O ativista salienta que, caso isso de fato aconteça, é possível questionar se há ou não uma atuação da Perícia nesses casos. “Se não há, ocorre, então, a sabotagem da legislação para que agentes do Estado não sejam punidos”, diz.

Segundo dados do Sinesp, no Brasil houve uma queda de 5,69% no número de mortes por intervenção policial em 2024 em relação ao ano anterior.  Ao todo, foram 6014 mortes registradas por consequência da violência policial. A base de dados funciona a partir de valores indicados pelas secretarias de justiça estaduais. O valor é o menor desde 2020, o maior da série histórica, com 6,5 mil ocorrências. O ano com menor letalidade foi o primeiro da base do Sinesp, 2015, com 2,3 mil casos.

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