2025 e as reflexões sobre o ano novo
O curto período de 29 de janeiro a 2 de fevereiro concentra a maior locomoção humana da terra, e provavelmente do universo, visto que ainda não encontramos provas cabais da existência de outros planetas habitados no universo infinito onde flutuamos feito bolha de sabão – voa tranquila, depois de leve oscila… A China e outros países asiáticos estão comemorando o Ano Novo Lunar.
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O novo ano será dominado pela serpente de madeira. Como a serpente muda de pele, teremos um ano de renovação, portanto, comece a fazer seus planos. Renovar é parte dos ciclos da vida. A serpente também traz sabedoria, intuição, criatividade. A festança dura oito dias, e mais uma vez ficamos para trás – por que nossa passagem de ano dura apenas dois dias? Deveríamos estender nossos festejos – e feriados – de 24 de dezembro a dois de fevereiro. Oficialmente.
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Nesses oito dias de celebrações do ano lunar, os chineses viajam, não exatamente para os resortes da moda, mas para visitar familiares: a avó de um mora no norte, a mãe da outra mora no sul; o tio mudou para o leste, a prima ficou no oeste. O centrão é que está mandando. Vasto é o mapa da China, e está superlotado de chineses. As empresas aéreas têm seus dias de glória – aviões lotados, voos extras. Desnecessário mencionar ônibus também lotados e rodovias congestionadas.
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Apesar das festividades do Ano Novo serem uma tradição milenar, há algo de novo na terra de Confúcio além da obrigatoriedade de se vestir e decorar a casa com a cor vermelha. Hoje em dia, essa grande locomoção humana usa um meio de transporte quase tão rápido quanto os aviões, e com menos burocracia, tipo, chegar três horas antes no aeroporto, documentação em ordem, bagagem limitada. Mais duas horas esperando a mala aparecer na esteira rolante.
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Falo dos trens bala, e a China está correndo mais depressa que o resto do mundo. Com mais de 40 mil km de linhas férreas ligando mais de 100 cidades, eles estão na vanguarda: três dos trens mais modernos e velozes do mundo são chineses: 450 km/h. Eles não param, prometendo para esse ano o trem que percorre 1 mil km/hora. De fazer inveja a qualquer avião, se é que eles não vão reinventar o avião ainda mais rápido.
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O futuro criará uma difícil decisão ao turista acidental – vou de trem ou de avião? Opção correta: em viagens longas prefira o avião, nas viagens curtas vai de trem: menos tempo na estação ferroviária, mais bagagem e apreciar a paisagem – mas correndo tão rápido não se aprecia nada. Anos atrás, comprando passagens para o TGV francês, a vendedora pergunta que lado prefiro. O que tiver a melhor paisagem. Ela ri da minha ignorância – e a velocidade era de “apenas” 320 km/h
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Enquanto isso, nos Estados Unidos, o país da estátua da liberdade e do famoso melting-pot: o caldeirão de raças e credos, o novo presidente iniciou a caça às bruxas no primeiro minuto de governo – imigrantes não documentados estão sendo caçados e tratados como criminosos comuns. Até falar espanhol virou fator de risco, mesmo sendo documentado. A nova ordem: não andar em grupos, não frequentar festas e igrejas evangélicas, não dirigir em alta velocidade nem furar sinal amarelo. Camiseta verde/amarela? Nem pensar!
