Camarão e Zé Marcos tietaram Bolsonaro durante passagem por Brasília
O prefeito de Muqui, Sérgio Luiz Anequim, mais conhecido como Camarão (PL), e seu vice, Zé Marcos (PSDB), viajaram para Brasília, conforme se percebe a partir de fotos nas redes sociais dos dois. Entretanto, a Câmara de Vereadores não foi comunicada oficialmente, deixando em aberto quem ficou com a responsabilidade de responder pelo Poder Executivo no município do sul do Estado.
Quando há vacância do prefeito e do vice-prefeito, o presidente de Câmara de Vereadores assume a prefeitura. Mas, para isso, é previso haver uma transmissão oficial do cargo, o que não foi o caso. Procurado por Século Diário, o presidente da Câmara de Muqui, Tiago da Farmárcia (Republicanos), confirmou que a viagem não foi comunicada oficialmente.
Segundo o departamento Jurídico da Câmara, que Tiago da Farmácia acionou para responder ao questionamento de Século Diário, o artigo 64 da Lei Orgânica Municipal permite que o prefeito e o vice se ausentem do município por até 20 dias sem licença prévia do Legislativo. Portanto, “mesmo não concordando, não há o que fazer”, disse.
Século Diário também procurou a Prefeitura de Muqui para entender melhor a situação. Em nota, a gestão de Camarão afirmou que “a viagem foi realizada para cumprir agenda com parlamentares, e quanto aos demais assuntos, todos foram realizados conforme a legislação vigente”. Entretanto, a administração municipal não informou: quem está respondendo pelo Executivo no momento; por quanto tempo o prefeito e o vice se ausentarão; e o motivo de o vice ter viajado também, tendo em vista que uma de suas atribuições é substituir o titular do cargo.
Nas redes sociais, Camarão fez uma postagem na quarta-feira (12) com o deputado federal capixaba Dr. Victor Linhalis (Podemos), que comunicou que destinará R$ 200 mil em emenda parlamentar para o abrigo para idosos Lar Frei Pedro, que funciona em Muqui. Nessa quinta-feira (13), tanto Camarão quanto Zé Marcos publicaram fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
![](https://www.seculodiario.com.br/wp-content/uploads/2025/02/ze_marcos_camarao_bolsonaro_muqui_redes_sociais.jpeg)
“Quem em Muqui estará na linha de frente fazendo campanha para Bolsonaro?”, saldou nos comentários da foto de Camarão o ex-vereador de Cachoeiro de Itapemirim Léo Camargo (PL), candidato a prefeito nas últimas eleições, sem mencionar que o ex-presidente encontra-se inelegível.
O prefeito de Muqui conta com o apoio da maioria dos vereadores. Nas eleições de 2024, a coligação de Camarão (PL, PSDB e Republicanos) conseguiu cinco das quatro cadeiras da Câmara.
Calamidade administrativa e financeira
Em janeiro, a gestão do prefeito Camarão baixou um decreto de estado de calamidade pública administrativa e financeira no Poder Executivo. A medida foi comunicada nas páginas oficiais da administração municipal na internet.
Segundo o comunicado, o decreto é “para fins de adequação e regularização da Administração Pública Municipal à nova realidade financeira, bem como, organização e fechamento das contas do exercício de 2024 para que se tenha a real situação do Município. Ficando ainda paralisado o atendimento ao público dos setores da Secretaria de Administração e Finanças, com exceção dos setores de Protocolo, Tributação e NAC. Dentre outras medidas descritas no Decreto”.
Não foram divulgadas informações detalhadas sobre o que motivou a iniciativa, tampouco as tais “outras medidas descritas no Decreto”, conforme se lê no comunicado. Muqui não possui Diário Oficial, mas a legislação permite que as publicações sejam feitas em site ou mural.