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Casagrande ‘politiza’ integrantes da gestão estadual de olho em 2026

Com mudanças no secretariado, seis ex-prefeitos estão chegando no governo

Helio Filho/Secom

Três ex-prefeitos capixabas passarão a ocupar a chefia de órgãos técnicos do segundo escalão da gestão do governador Renato Casagrande (PSB). Alessandro Brodel (MDB), de Sooretama, na região do Rio Doce, é o novo presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Bruno Teófilo Araújo (sem partido), de Pedro Canário, no norte do Estado, se tornou superintendente regional de Saúde de São Mateus. E André Fagundes (Podemos), de Nova Venécia, no noroeste, será o diretor-geral do Hospital Dr. Roberto Silvares, também em São Mateus.

Apenas a nomeação de André Fagundes ainda não saiu no Diário Oficial do Estado, mas ele já fez o anúncio nas redes sociais. Os três se juntam a mais três ex-prefeitos recentemente confirmados na gestão estadual: Sérgio Vidigal (PDT), da Serra, novo secretário de Desenvolvimento; Victor Coelho (PSB), de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, que assumiu a Secretaria de Turismo; e Guerino Balestrassi (MDB), de Colatina, no noroeste, novo titular da recém-criada Secretaria de Recuperação do Rio Doce.

Todas as nomeações para cargos de chefia da gestão estadual tem caráter evidentemente político, mas chama atenção a disposição de Renato Casagrande em colocar aliados eleitorais até mesmo em órgãos mais voltados a questões técnicas. Isso acontece em meio às movimentações visando às eleições de 2026, tanto em relação à disputa majoritária quanto à proporcional.

Alessandro Broedel assumiu em janeiro a Secretaria de Desenvolvimento de Itapemirim, no litoral sul do Estado, na gestão do prefeito Geninho (PDT), e já deixou o cargo. Broedel foi prefeito de Sooretama por dois mandatos, de 2017 a 2024. O candidato à prefeitura apoiado por ele nas eleições do ano passado, Fernando Camiletti (Republicanos), elegeu-se com 74,4% dos votos, e nove dos dez vereadores eleitos são da coligação vencedora.

Bruno Teófilo também foi prefeito de Pedro Canário em dois mandatos, de 2017 a 2024. Seu sucessor, Kleilson Rezende (PSB), elegeu-se com 80,74% dos votos, e todos os vereadores eleitos são de sua coligação. Rezende foi vice-prefeito no último mandato. Bruno, que estava no Republicanos e também foi reeleito com mais de 80% em 2020, deve procurar uma sigla mais afinada com o governo estadual.

Já André Fagundes foi eleito pela primeira vez como prefeito de Nova Venécia em 2020, pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), mas não conseguiu se reeleger no ano passado. Ele perdeu para Lubiana Barrigueira (PSB), justamente um candidato do partido do governador. Apesar disso, Fagundes recebeu apoio nas eleições do então deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB), atual secretário de Estado da Saúde.

Guerino Balestrassi é outro ex-prefeito que perdeu a reeleição e vai comandar uma pasta no lugar de alguém com perfil mais técnico – no caso, Ricardo Ianotti, embora ele também seja ligado ao PSB. A Secretaria de Recuperação do Rio Doce foi criada por causa do acordo de repactuação do crime socioambiental da Samarco/Vale-BHP.

Victor Coelho, por sua vez, terminou o segundo mandato consecutivo, e assume a Secretaria de Turismo no lugar de Philipe Lemos (PDT), que não era um nome técnico. Coelho não conseguiu eleger sua sucessora, Lorena Vasques (PSB), nas últimas eleições. Lorena também está na gestão de Casagrande desde janeiro, mas houve uma mudança nos últimos dias. Antes ocupando um cargo na pasta de Mobilidade e Infraestrutura, ela voltará a ser subordinada do ex-prefeito cachoeirense, como subsecretária na Setur.

Todos esses ex-prefeitos terão a missão de ganhar visibilidade até 2026, e poderão aparecer em chapas de deputado estadual ou federal. Das trocas recentes no secretariado estadual, apenas Marcus Aurélio, que assumiu o lugar de Marcus Vicente (PP) na Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, tem um perfil mais técnico do que seu antecessor. De qualquer forma, a troca na pasta foi um pedido do deputado Da Vitória, presidente estadual do Progressistas (PP), e também está relacionada à formação de apoios para as próximas eleições.

Vidigal na fila da sucessão

De todas as mudanças na gestão estadual, certamente a da Secretaria de Desenvolvimento é a de maior repercussão. Sérgio Vidigal foi finalmente empossado como secretário da pasta nessa quarta-feira (12), assumindo o cargo de Ricardo Ferraço (MDB), que agora poderá se dedicar exclusivamente a ser vice-governador e pré-candidato declarado a governador.

Ferraço é o “Plano A” do grupo de Casagrande para 2026, mas Sérgio Vidigal pode ser considerado o “Plano B”. Ele saiu fortalecido das eleições de 2024, ao abdicar da reeleição para apoiar um novato, Weverson Meireles (PDT), que não apenas venceu o pleito, como tirou do segundo turno o maior adversário de Vidigal na Serra, Audifax Barcelos (PP).

Além deles, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), mantém a aliança com Renato Casagrande e também sonha em ser o escolhido para sucedê-lo.

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