Muribeca versus Xambinho, a guerra política na Serra, e os caminhos até 2026…
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As eleições de 2024 acabaram, mas o embate não Serra, não! E, agora, sobrou também para o município de Fundão. Os deputados estaduais Pablo Muribeca (Republicanos) e Alexandre Xambinho (Podemos) protagonizaram um “toma lá, dá cá” na sessão da Assembleia Legislativa desta terça-feira (25). Muribeca resolveu levar ao plenário uma denúncia que já tinha feito nas redes sociais, em mais um de seus conhecidos vídeos, anunciado como um “flagra de corrupção”, com direito à música de suspense, adesivos arrancados na mão e uma ligação de celular – não atendida – ao prefeito, Weverson Meireles (PDT). O enredo é o seguinte: funcionários da empresa Vitória Luz Construções estariam atuando de forma irregular em Praia Grande, com caminhões e funcionários da Prefeitura da Serra, e Muribeca foi ao local dizendo “colher provas”. Na Assembleia, ao falar do caso, o deputado se dirigiu a Weverson e disse que ele “está começando o mandato errado” e que “vai ter que trabalhar direito”. Xambinho apareceu na sequência, chamou Muribeca de “o deputado do chapéu” e “rei das fake news”, citando processos judiciais contra ele, e o acusou de “buscar likes na internet”. O novo capítulo volta ao pleito passado, quando Muribeca perdeu para Weverson no segundo turno, mas demarcou território eleitoral nada desprezível no município. Saiu com o anúncio de que seguiria como oposição e acompanharia a nova gestão com lupa ampliada. É o que já se desenha agora e até 2026, quando os dois grupos entrarão em guerra direta novamente, para ocupar outros espaços. E, aí, a pergunta: o projeto de Muribeca é alçar voos mais altos – Câmara Federal – ou ficar por aqui mesmo, na Assembleia, já de olho em outra disputa com Weverson, lá em 2028? No aguardo do próximo tabuleiro…
E veio o chapéu…
Também entrou na história o prefeito de Fundão, Eleazar Lopes (Podemos). É que, depois da denúncia de Muribeca nas redes sociais, ele gravou um vídeo com chapéu semelhante ao utilizado pelo deputado, para rebater as acusações, que apontou como “infundadas”. O prefeito disse que a empresa presta serviços para as duas prefeituras, e se referiu a Muribeca como “um certo deputado”.
Resposta oficial
A gestão de Eleazar já tinha emitido uma nota, afirmando que o veículo pertence à Vitória Luz e “a presença no local não configura irregularidade”. Sobre os uniformes com a logomarca da Prefeitura de Serra, informou que empresa foi notificada, mas destacou que apenas seus funcionários estavam envolvidos nos serviços, e ainda que “a contratação seguiu todos os trâmites legais.
Não acabou
No plenário, Muribeca disse que Eleazar não deu explicação nenhuma, nem os secretários, e que ele “não honra o chapéu que visto”. Xambinho também contra-atacou: “o deputado tem que lavar a boca para falar dele”. Assim terminou o embate…por enquanto! Adendo: Muribeca já ameaçou Eleazar de processo judicial.
Ideia fixa
O deputado do Republicanos, como se sabe, era vereador na Serra. Virou deputado e continuou com as mesmas atribuições, de fiscalizar a prefeitura ao invés do governo do Estado. Em polêmicas passadas, foi acusado de desvio de finalidade na Justiça e em denúncia na Corregedoria da Assembleia. Na Justiça, as ações ainda correm, na Assembleia, como de costume, o caso foi arquivado.
Ato único
O senador Magno Malta (PL) convoca os bolsonaristas, pelas redes sociais, para ato no próximo dia 16. Mas tem um detalhe: será no Rio de Janeiro! A estratégia segue decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, segundo divulgado na imprensa nacional, está com receio de manifestações simultâneas nos estados, devido ao processo contra ele da trama golpista que será julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ato único II
Os principais motes do ato, marcado para a praia de Copacabana, é “Fora Lula 2026” e “Anistia Já”. Com a mobilização antecipada, os bolsonaristas pretendem reunir mais um milhão de pessoas na capital fluminense. E tome caravana!
Amarrações
Por falar nisso, o deputado estadual Callegari reiterou nas redes sociais o que circula no mercado político: o PL não deverá ter candidato ao governo em 2026, e se concentrará no Senado e nas chapas à Câmara Federal e à Assembleia. Neste caso, como já analisado aqui, a aliança em debate é com o Republicanos e o PSD.
Amarrações II
E, aí, volto a perguntar: o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), o candidato do bloco ao Palácio Anchieta, sairia em chapa com Gilvan da Federal ao Senado? Como se sabe, Pazolini não assume o perfil “bolsonarista raiz” e Gilvan tem sido o nome incensado por Magno Malta e aliados desde o ano passado. Outro nó: e Paulo Hartung, crítico do bolsonarismo, prestes a entrar no PSD e ainda ensaiando candidatura?
Nas redes
“Será que a atitude mais correta de uma autoridade é filmar um caso como esse? Onde estão essas imagens? (…) Por que o suposto agressor não foi retirado na hora em que se verificou a alegada violência? Só é grave o suficiente se for agressão ao prefeito?? E mais, o que justifica o prefeito Pazolini estar na avenida – e com uma comitiva enooorme – na hora do desfile de uma agremiação? (…)”. Karla Coser, vereadora do PT, com algumas das perguntas ainda em aberto do episódio no Sambão do Povo.