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Marcha e conferências marcam defesa do SUS e dos trabalhadores da saúde

Ações do Dia Mundial da Saúde foram realizadas nesta segunda-feira em Vitória

Thompson Griffo

Nesta segunda-feira (7), Dia Mundial da Saúde, trabalhadores da saúde, movimentos sociais, representantes da sociedade civil e do poder público se reuniram na Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, para reivindicar o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e condições dignas para os trabalhadores, na tradicional Marcha da Saúde.

Com o tema “Um SUS pra todos, feito por trabalhadoras e trabalhadores”, a marcha, que seguiu até o Palácio Anchieta, sede do governo estadual, foi marcada por cartazes com as principais reivindicações das categorias, incluindo valorização profissional; garantia da aposentadoria especial; enfrentamento ao assédio moral e sexual nos ambientes de trabalho; reestruturação das carreiras. e um reajuste significativo do tíquete-alimentação. O valor atual, de R$ 600,00, é considerado insuficiente para cobrir sequer o custo da cesta básica em Vitória, que atingiu R$ 731,83 após um aumento de 1,74% e se tornou a sétima mais cara do País.

A presidente do Sindsaúde, Geiza Pinheiro, destacou a luta em defesa do SUS, um patrimônio do povo brasileiro que demonstrou sua importância ao salvar inúmeras vidas durante a pandemia da Covid-19 e continua essencial para a população. “Precisamos defender aquilo que nos é mais caro, a vida de todos nós. Só é possível fazer isso num país com mais de 200 milhões de pessoas através de um sistema único de saúde”, defendeu. Além disso, ela alertou sobre a necessidade de assegurar condições dignas para os trabalhadores. “Nosso sistema de saúde é um direito fundamental e só se mantém de pé graças à dedicação de milhares de profissionais”, pontuou.

Thompson Griffo

O ato foi precedido pelas estapas estaduais 4ª Conferência Livre, Democrática e Popular da Saúde, e da 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CNSTT), realizadas no período da manhã. O debate central girou em torno da grave crise que afeta a saúde do trabalhador. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2022, foram registrados quase 3 milhões de casos de doenças relacionadas ao trabalho no Brasil. Apenas em 2024, mais de 390 mil notificações foram feitas, alerta o sindicato, que aponta os profissionais da saúde entre os mais atingidos, enfrentando rotinas de trabalho extenuantes, riscos biológicos e doenças ocupacionais.

Além dos trabalhadores e referências na área da saúde pública, como a ex-secretária nacional de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, e a professora da Universidade Federal do Estado (Ufes) Maria Carmen Viana, a mobilização reuniu parlamentares do campo progressista, como o senador Fabiano Contarato (PT), o deputado federal Helder Salomão (PT), os deputados estaduais Camila Valadão (Psol), João Coser (PT) e Iriny Lopes (PT), e os vereadores de Vitória Ana Paula Rocha (Psol) e Professor Jocelino (PT).

Helder salientou que o SUS é uma grande conquista, que precisa ser defendida com pressão popular, por ser um sistema robusto, gratuito e universal que atende aqueles que mais necessitam, sobretudo diante da ofensiva da extrema direita, que ameaça a saúde pública com um projeto de privatização. “Na saúde, temos muitas frentes de luta, mas nenhuma delas é mais importante do que o fortalecimento do sistema único de saúde. Este, sim, é um sistema inclusivo que garante atendimento para quem mais precisa, não só aqueles que muitas vezes têm as condições para acessar os serviços”, observou.

As lideranças ressaltaram que o SUS vai além de uma estrutura de atendimento, sendo sustentado pelo trabalho incansável dos servidores que, mesmo diante de condições desafiadoras, dedicam-se a prestar assistência à população. A pandemia escancarou as vulnerabilidades do sistema e demonstrou o impacto da carência de recursos e infraestrutura, reiteram. Em momentos de crise, é o sistema público que ampara as demandas da população, com o setor privado frequentemente dependente da pesquisa, da ação e do atendimento do setor público, afirma Geiza. Sem um financiamento apropriado, o atendimento se deteriora, prejudicando milhões de brasileiros que dependem da rede pública para cuidados médicos essenciais.

Ana Paula denunciou a recente medida da gestão municipal de Lorenzo Pazolini (Republicanos), que publicou dois editais de chamamento público para a seleção de Organizações Sociais de Saúde (OSS) para assumir os dois únicos Pronto-Atendimentos (PAs) do município, localizados da Praia do Suá e São Pedro, sem diálogo com a população e trabalhadores da unidade. A falta de transparência no processo também gerou indignação entre as categorias, que alertam para a precarização dos serviços ofertados à população.

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