A empresa norueguesa BW Offshore, que operava o navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus a serviço da Petrobras, divulgou em nota nessa terça-feira (17) que foi encontrado o corpo de um dos quatro funcionários brasileiros desaparecidos após a explosão ocorrida na última quarta (11). Agora, sobe para seis o número de mortos no acidente, ocorrido no litoral de Aracruz, norte do Espírito Santo.
Na embarcação havia 74 petroleiros, sendo que três morreram na hora e dez sofreram ferimentos e foram transferidos por helicóptero para atendimento médico nos hospitais Vitória Apart Hotel e Dr. Jayme Santos Neves, na Serra. O navio opera, desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, em Aracruz, a cerca de 120 km da costa.
Cinco feridos, em quadro estável, permanecem internados no Vitória Apart Hotel e Dr. Jayme Santos Neves. A busca pelos três desaparecidos continuam. Também nessa terça, o presidente da empresa norueguesa, Carl Arnet, se encontrou com famílias das vítimas e desaparecidos e com membros da tripulação do navio.
Na quinta-feira (12), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) divulga em nota que a BW Offshore não tinha registro no conselho profissional, item obrigatório para atuação no estado. O fato provocou a reunião entre representantes da empresa e do Crea-ES, marcada para esta quarta (18), para tratar do caso.
O Sindicato dos Petroleiros do Estado (Sindipetro-ES) atribui o acidente à falta de manutenção e à precarização provocada por terceirização do trabalho. O sindicato alertou que a situação é semelhante no resto do país, já que dos 400 mil empregados da estatal, apenas 85 mil são concursados. O sindicato advertiu ainda que acidentes como o ocorrido no Cidade de São Mateus não são exceção. Em 2014, afirma o sindicato, foram mais de 20 acidentes com mortes.