Tekoá Mirim (aldeia pequena, em tradução livre) é o nome do espaço criado pelo povo Guarani para trabalha o etnoturismo em Aracruz. Também conhecida como Aldeia Temátika, ela está localizada à beira do grande rio Piraquê-Açu e ao lado da aldeia de mesmo nome. O local é uma opção para quem quer conhecer mais de perto um pouco da cultura de uma das etnias que compõem o território do Espírito Santo, contendo língua, cultura, espiritualidade e modo de vida próprios.
O local possui possibilidade de trilhas pela Mata Atlântica, passeios de caiaque ou barco e cabanas para hospedagem para quem deseje fazer o pernoite. Trazendo parte da sua cultura, os Guarani realizam pinturas corporais feitas com jenipapo utilizando grafia indígena, venda de diversos tipos de artesanato, café da manhã e almoço típicos, roda de conversa sobre a cultura tradicional e apresentações de Coral Guarani e Dança do Txõdaro, praticadas pelos guerreiros da etnia.
A Tekoá Mirim foi criada inicialmente como espaço cenográfico em 2009, para as filmagens da obra Como a Noite Apareceu, de Alexandre Perim, baseado numa lenda do povo Guarani, tendo sido depois cenário de outros filmes. Após as filmagens foi aproveitado pela comunidade para construir uma proposta de etnoturismo, que ganhou mais força e organização a partir da apresentação do Plano de Visitação no final do ano passado.
O horário de visitação da Aldeia Temátika é de 9h às 16h, todos os dias, mas as visitas devem ser feitas sempre em companhia dos guias ou do cacique, já que se trata de Terra Indígena. É bom entrar em silêncio, respeitando as pessoas nativas do lugar, e pedindo autorização para fazer fotografias ou outros registros. Ao todo, o projeto envolve 32 pessoas da aldeia Piraquê-Açu.
Além de apresentar a cultura, um grande objetivo da Tekoá Mirim é estimular a preservação do estuário, do manguezal e da floresta, que são importantes para manter o modo de vida Guarani.
As trilhas realizadas nos territórios vão desde uma mais curta, numa mata próxima ao manguezal, que dura apenas 15 minutos, até caminhadas de cerca de 1h40 na Trilha Typo e Trilha Bo'i Guatxú, podendo-se observar árvores como o Jequitibá e a Amescla, que produz uma resina de utilidade aromática e medicinal, além do Cipó, que serve como fonte de água para sobrevivência dentro da selva, conforme é explicado pelos guias. Há pontos de parada que mostram armadilhas tradicionais para caça, buraco de cobra e a Cachoeira Seca. Recomenda-se levar boné ou chapéu, água para beber, repelente e protetor solar.
A abundância de água no entorno permite também a realização de passeios de caiaque pelo manguezal, passando pela Ilha das Garças, ponto de observação de aves. Também é possível passear de barco no rio Piraquê-Mirim, parando em áreas de banho e pontos de pesca. O próprio rio à margem da Aldeia Temátika permite nadar e banhar-se com com fácil acesso.
Para dormir, há uma cabana tradicional com diárias de R$ 50 por pessoa e também a opção de acampar por R$ 35, ambas incluindo café da manhã com beiju. Há casas tradicionais demonstrativas, O'oroká, feitas de palha próximo ao rio, que também podem ser usadas caso desejado. Para o almoço que custa R$ 20 e deve ser solicitado com antecedência, o cardápio busca alimentos tradicionais como aipim, milho, peixe assado na folha de Pariri e Tipá, massa frita feita de trigo. O local também possui área de estacionamento para carros.
Para marcar visitas é necessário entrar em contato com o Cacique Kara'í Werá em (27) 99606-2754 ou com Kara'í Mirim em (27) 99959-6939 ou Keretxu Mirim em (27) 99845-6170. A Aldeia Temática/Tekoá Mirim também está no Facebook e Instagram.