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Amacentro reivindica diálogo sobre uso do imóvel do Mercado da Capixaba

Ordem de serviço das obras de restauro acontece neste sábado, mas uso do imóvel ainda não foi definido

A ordem de serviço do início das obras do Mercado da Capixaba, no Centro de Vitória, acontecerá neste sábado, às 9h. A Associação dos Moradores do Centro (Amacentro) comemora esse acontecimento, mas reivindica que o uso do imóvel seja discutido com a comunidade e que também haja investimento no entorno, com urbanização da avenida Jerônimo Monteiro, impulsionamento do comércio e destinação de imóveis fechados para moradia popular.

O vice-presidente da Amacentro, Walace Bonicenha, explica que a ordem de serviço contempla a obra de restauro, não tendo sido discutido ainda com a comunidade o uso do imóvel. De acordo com ele, a associação defende que o espaço seja utilizado de forma a impulsionar a economia criativa, o turismo e a cultura, beneficiando, inclusive, os estabelecimentos comerciais ao redor.

A entidade defende ainda um projeto de urbanização da Jerônimo Monteiro, contemplando questões como calçamento, melhoria na iluminação e retirada da fiação. “Não adianta reformar, reabrir o Mercado, e não ter iluminação decente para as pessoas irem ao local com mais segurança à noite, por exemplo”, diz, destacando que também é preciso dar incentivos fiscais aos comerciantes da região.
Walace salienta que no Centro, inclusive na Jerônimo Monteiro, avenida na qual o Mercado está situado, há muitos pontos comerciais fechados. O vice-presidente da Amacentro aponta, ainda, que são muitos os prédios fechados que poderiam ser destinados para moradia popular no Centro de Vitória, como o do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (Iapi) e o edifício Sagres.
Assim, acredita, é possível fazer com que esses imóveis cumpram sua função social, além do fato de que novos moradores também significam mais consumidores para o comércio da região.

A Associação encara a ordem de serviços como uma conquista da mobilização dos moradores do Centro. Walace recorda que, em 2018, na gestão do então prefeito Luciano Rezende (Cidadania), foi realizado um abraço simbólico no Mercado, para chamar atenção sobre o descaso do poder público, além de manifestações políticas e culturais.

Amacentro

O Mercado da Capixaba foi construído na década de 20, na gestão do então governador Florentino Avidos. Foi edificado para funcionar como mercado municipal de abastecimento, abrigando um entreposto de secos e molhados, carnes, frutas, verduras e legumes frescos. Até 1940, abrigou no pavimento superior o Hotel Avenida. Nas décadas de 50 e 60, o pavimento do antigo hotel foi ocupado pelo auditório da Rádio Club do Espírito Santo.

Na década de 1960, com a construção do Mercado da Vila Rubim, o mercado deixou de desempenhar sua função original. Em 2002, o edifício sofreu um incêndio e, desde então, vem se deteriorando.

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