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ANTT elogia concessão e ECO-101 reedita velhos argumentos para justificar atraso da duplicação

A audiência pública da Comissão Externa de Fiscalização da BR-101 da Câmara dos Deputados, realizada nessa terça-feira (4), em Brasília, não trouxe novidades. Após o acidente que no último dia 22 matou 23 pessoas na rodovia, em Guarapari, havia a expectativa de cobrança dos deputados quanto à fiscalização do governo federal e ao andamento das obras de duplicação por parte da concessionária ECO-101.
 
Os deputados cobraram. Mas a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a concessionária saíram ilesas. O diretor-superintendente da ECO-101, Roberto Paulo Hanke, reeditou o discurso de que a concessionária está penalizada pela crise econômica nacional, do qual já havia se valido em audiência na comissão no dia 29 de março. 
 
Hanke lamuriou novamente a queda nas atividades econômicas nacional e capixaba, a paralisação da Samarco, a não duplicação da BR-116, que, disse, é uma concorrência desleal. Um cenário que prejudicou a receita da empresa e com o qual justifica o atraso nas obras de duplicação da principal rodovia capixaba. Hanke também afirmou que nenhuma obra foi paralisada. 
 
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Macedo Bastos, defendeu a concessão. “Os senhores sabem o que era antes e o que é hoje a rodovia”, disse, dirigindo-se aos deputados. Destacou até o a quantidade de partos que as equipes da concessionária realizam na rodovia – mas não deu números.
 
Bastos anunciou que as obras do Posto de Pesagem da BR-101 em Viana serão suspensas. Ele solicitou que a comissão elabore um requerimento para formalizar a medida. A intenção é discutir qual o melhor local para a construção de uma balança de pesagem de caminhões. A balança desagrada moradores do bairro Ribeira, que enviaram representantes à reunião desta terça.
 
A agência anunciou a retomada das obras logo após o acidente que matou 23 pessoas na rodovia, em Guarapari. O caminhão que provocou o acidente carregava uma rocha de 41 toneladas, ou seja, infringiu em 11 toneladas o limite permitido.
 
Convidada, a Polícia Rodoviária Federal não enviou representantes. Mas uma nova audiência com o órgão deverá ser realizada no dia 11.  
 
Acompanharam a audiência os deputados Marcus Vicente (PP), coordenador, Helder Salomão (PT), Lelo Coimbra (PMDB), Jorge Silva (PHS), Evair de Melo (PV), Sérgio Vidigal (PDT), Paulo Foletto (PSB) e Givaldo Vieira (PT). A deputada Norma Ayub (DEM) estava acompanhando a mãe em um hospital em Cachoeiro de Itapemirim.

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