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Apesar da ameaça nacional, portuários do Estado mantêm cautela sobre greve

Os portuários que atuam no Espírito Santo não têm participação confirmada na greve nacional da categoria anunciada para o próximo dia 19. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Portuários, Portuários Avulsos e com Vínculo Empregatício nos Portos do Espírito Santo (Suport-ES), Ernani Pereira Pinto, disse que há um atraso nas negociações com o governo federal devido à agenda determinada para ouvir empresários e categoria, e que o prazo para definição sobre o movimento é até o próximo dia 20. A categoria contesta a Medida Provisória 595/2012 (MP dos Portos), que reestrutura o setor, e está em tramitação no Congresso Nacional. 

“Na realidade são muitos os ruídos sobre uma greve, porém, ainda estamos em negociação com o governo. O prazo era até o dia 15, mas o relator da MP, Eduardo Braga (PMDB-AM) já propôs um prazo maior que será discutido pela categoria”, contou ele. 

 
Ernani afirmou que Eduardo Braga só irá ouvir os empresários insatisfeitos com alguns pontos da MP após o dia 15 e que apontar uma posição antes disso seria imprudente. 
 
De acordo com o presidente do Suport-ES, a MP tem pontos dos quais o governo federal não abre mão, outros que os trabalhadores propuseram, e ainda os pontos dos empresários que se sentem prejudicados. Todos deverão ser ouvidos pelo relator. O senador Eduardo Braga está tentando avaliar quais das medidas previstas e propostas contemplam a todos, disse Ernani Pereira Pinto. 
 
“Estamos trabalhando para buscar uma solução e dependendo da evolução disso até o dia 15 decidiremos se haverá ou não uma nova greve. Mas enquanto isso, mantemos o estado de greve”, esclareceu. 
 
O governo e os representantes dos trabalhadores do setor portuário fecharam no dia 22 de fevereiro acordo para suspender as greves até o próximo dia 15 de março. O período foi estipulado para a negociação da Medida Provisória (MP) 595/2012, chamada MP dos Portos, que estabelece novo marco regulatório para o setor, mas que enfrenta resistência da categoria. Os trabalhadores acusam a proposta de privatizar a atividade portuária.
 
Entre portuários de outros estados do País, a negociação vem sendo avaliada como devagar. Embora o presidente do Suport-ES afaste a possibilidade uma nova paralisação, o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP), divulgou a data da paralisação e o horário. O objetivo é suspender as atividades em São Paulo por 24 horas no dia 19 de março, a partir das 7 horas. 

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