O secretário de Gestão e Recursos Humanos, Aminthas Loureiro, anunciou um reajuste salarial de 4% aos 87 mil servidores públicos estaduais. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (16), um dia após seis entidades sindicais fazerem uma marcha-protesto pelas ruas do Centro de Vitória. Eles criticaram a política de incentivos fiscais, a corrupção e o arrocho salarial do funcionalismo.
O reajuste de 4% proposto pelo governo desagradou os representantes das entidades sindicais, que esperam um percentual de pelo menos 7,57%. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos), Gerson Correa de Jesus, o reajuste não agrada aos servidores.
“O percentual está abaixo da inflação registrada de março a março, conforme é calculado o reajuste anualmente. Ou seja, além dos 4% chegarem com três meses de atraso, só valerá para o mês de junho e ainda não será retroativo”, protestou Gerson.
Segundo Gerson, a medida aumenta a perda do poder aquisitivo do servidor, o que impacta diretamente o poder de compra dos funcionários públicos, já que o reajuste não acompanha a inflação. “Seremos afetados na compra dos alimentos que não param de subir e, consequentemente, o comércio também sofrerá”, previu.
O sindicalista lembrou que se for computado o aumento que deveria ter ocorrido de 2003 para cá, a sociedade chegaria à conclusão de que durante uma década os servidores tiveram uma perda salarial de cerca de 60%, em função dos baixos reajustes.
A decisão sobre o percentual de reajuste foi do Comitê Gestor do Estado e deverá ser contestada pelos sindicatos.
“Acredito que iremos juntar as bandeiras. Os sindicatos irão se unir ainda mais para ir às ruas e lutar por seus direitos. E não adianta o governo falar que está arrecadando menos, falar em ICMS, royalties e outras chamadas perdas do Estado. Sabemos bem o que está ocorrendo. O nome do problema é outro. Se chama incentivo fiscal”, denunciou Gerson.
De acordo como presidente do Sindipúblicos, uma reunião será realizada entre os sindicatos na próxima sexta-feira (17) com o objetivo de dar encaminhamento às cobranças. A reunião ainda não tem local nem horário marcado, mas segundo os sindicalistas, o reajuste prposto pelo Estado levará a categoria mais uma vez às ruas para cobrar respeito ao servidor público.
O Sindicato repudiou a posição do governo e divulgou, em nota, que irá continuar reivindicando a alteração do índice de reajuste antes da aprovação pela Assembleia Legislativa. “O governo precisa encampar uma real valorização do servidor público e respeitar a Constituição. Não concordamos que empresários sejam agraciados com verbas bilionárias, através de renúncias fiscais, e o trabalhador, que move realmente o Espírito Santo, seja penalizado”, adverte um trecho da nota.