Ainda repercute – e muito mal – no Estado, a saída dos grupos de consórcios do Espírito Santo e do Rio Grande do Sul da EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (ECS), que controla a ECO 101.
“A mudança dos acionistas na ECO 101 gerou muito desconfiança na sociedade. A empresa é de alta lucratividade, majora os preços de suas tarifas como quer, e não faz as obras necessárias”, analisou o deputado estadual Da Vitória (PDT ) nesta terça-feira (2). A ECO 101 administra o trecho capixaba da BR 101 e a alteração de seu quadro de sócios foi anunciada na semana passada.
A data do anúncio, na véspera da passagem do ano, surpreendeu a muitos. E muitos, entre os quais o próprio deputado Da Vitória, não confiam nos números que a empresa apresenta, quando é requerida. Ele lembra que a ECO 101 procurou fugir da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia, alegando que o contrato foge à competência desta comissão.
O deputado lembra que as relações da empresa com os capixabas são de consumo. E se trata de operações de valor alto. A empresa informou, quando convocada na Assembleia Legislativa, que tinha arrecadado R$ 580 milhões (até maio do ano passado) e que havia investido R$ 800 milhões em obras.
Da Vitória foi categórico em afirmar que não acreditar nestes números. Não há obras em andamento que justifiquem o valor anunciado pela empresa. E, seguramente, o valor arrecadado é superior ao informado. Para ele, o valor recebido pelas empresas até o final deste ano são de, pelo menos, R$ 800 milhões.
Em um quadro de alta rentabilidade da empresa, por que os acionistas capixabas deixam a ECO 101? Esta é uma das respostas que o deputado afirma que vai buscar. E isto assim que a Assembleia Legislativa voltar do recesso.
Deixaram a EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (ECS), as empresas do consórcio capixaba Centaurus Participações S/A, que detinham 27,50% das ações, e ainda o consórcio gaúcho Grant Concessões, que tinha 14,5% das ações.
As empresas capixabas da Centaurus Participações S/A eram de seis grupos empresarias. São: o Grupo Coimex, com a empresa exploradora Coimex Empreendimentos e Participações Ltda; a Tervap, pela Tervap Pitanga Mineração e Pavimentação Ltda; Grupo Coimex e Tervap, que ainda tinha a participação da empresa exploradora MMF Empreendimentos e Participações Ltda, também pertencente ao Grupo Incospal.
Ainda fazem parte da Centaurus Participações S/A. a A. Madeira, pela A. Madeira Indústria e Comércio Ltda; Urbesa, pela empresa exploradora Urbesa Administração e Participações Ltda, do Grupo Araribóia Engenharia e Construtora; o Grupo Águia Branca, por meio da empresa Rio Novo Locações Ltda; e a Contek Engenharia, com a empresa exploradora Contek Engenharia SA.
A BR 101 apresenta alto índice de acidentes, principalmente por não ser duplicada. Deveria contar com mais 230 quilômetros duplicados até maio de 2019, como foi determinado no contrato original assinado em 2013.