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sábado, setembro 7, 2024

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Associação vai se reunir com o Ministério Público para tratar do Mergulhão

Obra foi tema de audiência pública realizada na Praça Nilze Mendes pelo mandato do vereador André Moreira

Está marcada para o dia 12 de agosto, uma reunião entre a Associação Comunitária de Jardim Camburi (ACJAC) e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), para tratar da obra do Mergulhão de Jardim Camburi, em Vitória. A intermediação do MPES foi uma solicitação da entidade, por meio de um ofício em que cobra conhecer o projeto, uma vez que a gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) não dialogou com a comunidade, deixando muitas dúvidas nos moradores.

O presidente da ACJAC, Bruno Malias, destaca que a comunidade tem preocupação com o futuro do bairro. “Qual Jardim Camburi que a gente quer para o futuro? Essa discussão passa muito pelo presente. A gente está vivendo esse momento do Mergulhão, tem um bairro que continua crescendo, é o maior bairro do Espírito Santo. Fico muito preocupado para onde a gente está indo, quais são os caminhos”, ressalta.

PMV

Bruno informa que há uma estação de tratamento da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) na avenida Norte Sul que sairá dali para Carapina, na Serra. A proposta dos moradores de Jardim Camburi, afirma, é de que no lugar da estação seja feito um parque linear, além de defenderem a criação de ciclovias. “Ninguém aqui é contra o desenvolvimento, o crescimento, mas queremos crescimento sustentável”, salienta.

A preocupação com o futuro foi um alerta dado durante a audiência pública realizada pelo mandato do vereador André Moreira (Psol) nessa quinta-feira (18), da qual participaram também os vereadores Karla Coser (PT) e Vinícius Simões (PSB), além da deputada estadual Camila Valadão (Psol). Representantes das secretarias municipais de Obras e de Trânsito foram convidados para que pudessem apresentar o projeto à comunidade, mas não compareceram. 

Divulgação

Durante a audiência, uma técnica convidada pelo mandato de André Moreira levou a reflexão sobre o tipo de trânsito que se quer na região: de passagem, com tráfego intenso, como tudo indica que será o Mergulhão, ou ordenado, com possibilidade de uso de ciclovia e construção de áreas verdes? Isso porque uma das preocupações da comunidade é o fato de o Mergulhão parecer ser um indutor de trânsito para a Avenida Dante Michelini, com possibilidade de piora no tráfego, com mais circulação de carros.

A ordem de serviço do Mergulhão foi assinada no dia 2 de julho, na Praça da Bocha. A obra custará até R$ 92,2 milhões, com duração de 30 meses, executada pela empresa Zurich Airport Brasil. A Prefeitura de Vitória alega que a iniciativa vai eliminar a retenção de veículos no cruzamento da rodovia Norte-Sul com a avenida Dante Michelini.

Durante a assinatura da ordem de serviço, ao contrário do que esperavam os moradores, não houve apresentação do projeto nem a escuta da comunidade. Na ocasião, a ACJAC apontou que os espaços de fala foram para o prefeito Lorenzo Pazolini; o secretário municipal de Obras, Gustavo Perin, e algumas pessoas apontadas pela gestão como lideranças comunitárias, mas nenhuma delas integrante da entidade, que não teve espaço para manifestação.
“A assinatura da ordem de serviço foi um monólogo da prefeitura, não houve debate público”, constatou o presidente da associação, Bruno Malias, na ocasião. A comunidade esperava a apresentação do projeto, com “dados, motivações, evidências, obras que complementam a do Mergulhão”, acrescentou. “A gente não conseguiu se aprofundar, debater, pois a prefeitura não nos deu essa oportunidade”, queixou-se. Bruno questionou: “Por que não apresentam? Por que não trazem as informações? Precisamos da apresentação e do debate público, para termos clareza do que vai acontecer”, reiterou.

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