Nesta quarta-feira (4), ciclistas e cicloativistas de Vitória irão novamente discutir os problemas da cidade: ciclovias desconexas, má infraestrutura cicloviária, trânsito agressivo, um conjunto de problemas que ainda põe em risco as viagens de bicicleta pela cidade. Vitória possui 32 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas implantadas, mas ainda tem mais problemas que soluções para os ciclistas.
A audiência pública proposta pelo vereador Davi Esmael (PSB) acontece a partir das 19h no plenário da Câmara Municipal de Vitória.
Presidente da Federação Espírito-santense de Ciclismo (Fesc), entidade que, junto do Ciclistas Urbanos Capixabas (CUC) e da União de Ciclistas do Brasil (UCB), apóia a audiência, Sandro Oliveira destaca a melhoria das ciclovias e, mais ainda, educação no trânsito como temas importantes para o debate. Em geral, as ciclovias desembocando no asfalto, forçando o ciclista a disputar espaço nas ruas com veículos motorizados.
Aqui entra a questão da educação no trânsito. Não à toa no início de setembro, centenas de ciclistas se reuniram em frente à Assembleia Legislativa, na Enseada do Suá, em protesto contra a morte de ciclistas no trânsito. O estopim foi o acidente com o jornalista Danilo Simões, na Serra.
A demanda dos ciclistas por campanhas de educação no trânsito é antiga. Mas até hoje nem estado, nem prefeitura realizaram qualquer projeto consistente para orientação de pedestres, ciclistas e motoristas. Sandro mira os pecados dos ciclistas também: que andam em calçadas, embora justamente para fugir do trânsito agressivo, e, nas vias, pedalam na contramão.
Por outro lado, dificilmente os motoristas respeitam a norma do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que estabelece para os veículos motorizados 1,5 metro de distância para as bicicletas. “O motorista ainda acha que o ciclista atrapalha o trânsito”, afirma Sandro.
Disso tudo, o presidente da Fesc vislumbra pelo menos um bom sinal para os ciclistas: uma certa visibilidade conquistada com a consolidação da bicicleta como modal de transporte. Visibilidade que, no entanto, ainda não virou respeito. “O ciclista hoje está sendo mais visto. Não está sendo respeitado, mas está sendo visto”, diz.