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Bancários do Espírito Santo protestam contra venda de ações da Caixa Seguridade

Abertura de 10 agências da Grande Vitória foi retardada na manhã desta terça-feira, em mobilização de nível nacional

Os bancários da Caixa Econômica Federal (CEF) retardaram a abertura de 10 agências da Grande Vitória nesta terça-feira (27). O motivo principal é a venda das ações da Caixa Seguridade na Bolsa de Valores. Os trabalhadores também reivindicam mais contratações e pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) Social no valor de 4% do lucro líquido da instituição financeira.

As agências cuja abertura foram retardadas até às 10h foram Beira-Mar, Jardim Camburi, Jardim da Penha, Praia do Canto e Vila Rubim, em Vitória; Campo Grande, em Cariacica; Serra e Laranjeiras, na Serra; e Vila Velha.

A diretora do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários), Lizandre Borges, explica que a Caixa Seguridade corresponde a 40% da rentabilidade do banco. “Colocar na Bolsa de Valores é uma forma de privatização. Legalmente, para vender a empresa é preciso ter autorização do Congresso Nacional, mas para vender subsidiária, não precisa passar pelo Congresso”, esclarece.

Quanto à PLR Social, a diretora do sindicato relata que no Acordo Coletivo firmado com o banco é estabelecido que o pagamento será de 4% do lucro líquido, que deve ser distribuído linearmente para todos funcionários. Entretanto, afirma Lizandre, a Caixa pagou 3%, alegando que os trabalhadores não atingiram a meta. “A questão é que essa meta não foi combinada com a categoria”, ressalta.
Embora em assembleia virtual realizada na última quinta-feira (22) nas bases sindicais de todo o país, a deliberação tenha sido por uma greve de 24h nesta terça-feira, na plenária virtual realizada nessa segunda (27) com trabalhadores do Espírito Santo a opção foi pelo retardamento da abertura.
A decisão, segundo Lizandre, foi pensando na necessidade da população em ter acesso ao pagamento de benefícios sociais durante a pandemia do coronavírus. Além disso, levou-se em conta o fato de que é preciso evitar aglomerações na porta do banco, uma vez que o público que compareceria nesta terça às agências teria que retornar outro dia para buscar atendimento.

A diretora do Sindibancáros relata que a Caixa entrou na Justiça para impedir a mobilização nacional, alegando que os trabalhadores não cumpriram os trâmites legais para sua realização. Contudo, Lizandre informa que o judiciário acatou o direito de greve. “A Caixa não poderá dar falta aos funcionários, nem descontar salário”, enfatizou.

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