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Bancários da Caixa temem aglomerações no retorno do Auxílio Emergencial

No Espírito Santo, 123 trabalhadores já foram infectados e três vieram a óbito, além de um terceirizado

O retorno do Auxílio Emergencial foi aprovado nessa sexta-feira (12) no Senado, por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 186/2019, o que tem preocupado os bancários da Caixa Econômica Federal, banco responsável pelo pagamento do benefício. Com base nas longas filas formadas em 2020 para atendimento aos beneficiários, os trabalhadores temem aglomerações em um momento em que a pandemia da Covid-19 se agrava em todo o país.

Segundo dados da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), no Brasil morreram 19 empregados da Caixa no ano passado. O número mais que dobrou até final de fevereiro deste ano, com 40 mortes pela doença em funcionários do banco federal. No Espírito Santo, de acordo com o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários (Sindibancários), morreram três trabalhadores da Caixa durante a pandemia e um terceirizado, num universo de 123 infectados. 

Somando todos os bancos, foram registrados 351 casos entre bancários e quatro óbitos no Estado. Desses 351, 18 foram na região norte, 59 na central, 255 na metropolitana, e 19 na sul. Os dados, segundo a entidade, podem ser maiores, já que nem todos casos chegam ao conhecimento do sindicato.

A diretora da entidade, Lizandre Borges, afirma que, nas agências capixabas, é perceptível que a Caixa relaxou nas medidas de segurança. Diante do agravamento da pandemia e do retorno do pagamento do Auxílio Emergencial, ela informa que o sindicato vai buscar diálogo com a Superintendência Regional da Caixa para fazer reivindicações e cobrar a efetivação dos protocolos. Uma das queixas é que, de acordo com o protocolo da instituição financeira, quando há suspeita de casos, o trabalhador deve ser afastado, entretanto, isso tem ocorrido somente quando há confirmação da doença.
No caso de algum funcionário testar positivo, a agência deve ser fechada de imediato e os colegas de trabalho que tiveram contato direto com a pessoa infectada afastados para fazer o diagnóstico. Mas o fechamento imediato também não tem sido feito, sendo postergado, e o afastamento de quem teve contato não é efetivado, relata Lizandre, que denuncia, ainda, a falta de higienização em espaços coletivos, como caixa eletrônico.
Ela relata que o Programa Quero Atender, implantado em agosto passado em todo o país e por meio do qual os bancários se prontificam a atuar presencialmente nas agências, contribui para o relaxamento dos protocolos. Lizandre recorda que, antes do programa, apenas 30% os trabalhadores trabalhavam presencialmente. Os outros 70% atuavam de maneira remota, em sistema de rodízio. “Agora está trabalhando em casa somente quem é do grupo de risco, e, apesar de a Caixa dizer que a adesão ao programa é voluntária, há pressão por parte das chefias para que os trabalhadores declarem adesão”, aponta.
Outra reivindicação é que se coloque proteção de acrílico nos caixas. “O banco teve tempo para fazer isso, mas não fez”, pontua. Os trabalhadores também reivindicam que a Caixa, durante o pagamento do Auxílio Emergencial, coloque vigilantes para controlar as filas. Em 2020, ao fazerem triagem nas filas, os bancários, muitas vezes, denunciaram sofrer agressões, entretanto, a presença dos vigilantes passou a impedir esse tipo de atitude. 

Para a diretora do sindicato, os bancários, em especial os da Caixa, deveriam estar entre os grupos prioritários para vacinação de Covid-19. “Eles não pararam um segundo durante a pandemia”, diz. O assunto foi tratado pela Contraf em reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nessa quinta-feira (11). Durante a conversa, a Fenaban disse que irá reforçar os esforços do movimento sindical junto ao poder público para que seja efetivada a inclusão. A Contraf também vai enviar carta ao Ministério da Saúde para fazer a reivindicação.


Decisão judicial penaliza trabalhador da Caixa, critica sindicato

Justiça Federal determinou obrigações do banco e do governo para evitar aglomerações no pagamento do Auxílio Emergencial


https://www.seculodiario.com.br/justica/decisao-judicial-penaliza-trabalhador-da-caixa-diz-sindicato

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